sábado, 26 de novembro de 2011

"Adeus Infância" (Sannio)

O Sr. João Bandeira. Uruguaio de nascimento.
Obteve no Brasil, uma vida honesta, breve e apesar de todas às dificuldades por que tenha passado. Feliz.
Tendo por alguns, fugido da pátria pelas águas que até hoje nos banham e circundam. E de uma mãe, que tinha a ambição egoística e carola de torná-lo, um padre.
Com a morte da mãe, pôde enfim concretizar sua vontade e partir(sorrateiramente) para o Brasil.
Encontrou no país vizinho amores de moças.
E uma delas, patrícia do Sr.João, o capturou de vez.
E pôde enfim, constituir família, ter porto para a sua embarcação e descanso para sua cabeça.
Não teve muitas heranças, o Sr. João.
Filho de família abastada.
Fez da sua fuga, seta para o seu destino.
E com a morte do pai. Dono de terras.
Tido por todos, por algum tempo, como morto.
Nada em relevância material, herdou.
Mulher geniosa e de orgulho latino, teve o Sr.João.
Dona Arlinda.
E foi esta mulher, que esteve até os seus últimos dias.
Próxima também de uma de suas filhas.
Dona, Joarezina Bandeira(vulgo,Dona "Filhinha").
Minha avó.
Dona Joare...Filhinha, casou-se com o Seu José.
José da Rosa.
Meu avô.
Ou "Zé Maloca", como era conhecido em seus tempos de marinheiro.
Residiu por vários anos,em Tapes. Cidade donde escrevo, trabalho, vivo e resido.
Trabalhou na CEE, aonde subiu de cargo com o tempo.
E obteve aposentadoria, para o seu descanso.
Descanso, não eterno.
Por que não é essa, a visão que eu particularmente, tenho da existência humana.
Mas hoje, descansa em silêncio dos vivos.
Pode ser, que ainda hoje, eu lhe encontre.
Transformado em ruga,no rosto bondoso de minha querida mãe.
Mãe, que me criou, junto aos meus avós.
A mim e a minha irmã.
E hoje, minha mãe, ainda ajuda a criar a minha sobrinha.
Meu pai, é "aquele cara" de chapéu branco. Que aparece nos "seguidores" do blog.
Dele herdei, o talento para desenhar, escrever e filosofar(talvez).
De minha mãe, herdei os sentimentos mais sinceros.
Parece que escrevo isso, em tom de cobrança.
Ledo engano.
Tive da vida. O que dela busquei.
E em certeza absoluta:
"Quero mais!!!!"
Lembro,"quando conheci meu pai".
Eu devia ter uns oito anos.
Minha avó perguntou, se eu sabia dizer-lhe,quem era.
Disse eu:
"Se não for outra pessoa...
É meu pai!"
Filho de pais separados.
Ideólogo da vida, querendo agora pôr em prática o que imaginei.
Homem de feições bem marcadas.
Pretensioso e arrogante, humilde e batalhador.
Controverso.
Criativo expressionista dos nossos dias.
Filho do Seu Antônio Carlos(Tunico) e de Dona Sandra Virgínia.
Sr. Sannio da Rosa Cardoso.
Digitador frenético de caractéres.
Desenhista, escritor, poeta...
E momentaneamente(?), Agente Comunitário de Saúde.
Esse, sou eu!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Cacheada" (Sannio)

Bom lhe ver caminhar,pelas ruas deste chão,ainda de todo,para nós dois,desconhecido.
Bom lhe ver andar novamente ao meu lado.
Bom lhe ver,brigar com seus próprios cachos.
Bom ver os teus cachos!
Suas mãos ocupadas.A gesticular com o vento.A segurar a "menina anjo".
O peito a dividir atenções.
Os lábios à mexer,à contar,omitir,confessionar,sorrir.
A nomear.
Curtas passadas em um curto tempo.
A "menina anjo" à lhe amar sabiamente.
O "lobisomem",à lhe amar respeitosamente.
Unidos nos parcos minutos,que o tempo devora.
Vendo o vento,bagunçar teus cachos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Novembro" (Sannio)

O peito em frangalhos
No vento que seca o rosto
No barulho das ondas largas
Nas areias finas e brancas
Nos sapatos calçados
No medo
E no bater de asas da gaivota
Pesque!
Traga-me algo,para curar essas chagas
Oh!Dor de mágoa!
Quando saras,só magoa
Na quase lagoa,alaga
O quê por fora,eu tento secar.