sexta-feira, 28 de junho de 2013

"O Rock Acabou" (Sannio)

"Esta tudo bem , acho que sempre foi assim
 Nada pra sentir, espero outro dia vir
 Eu quero te ligar, eu quero algo pra beber
 Algo pra encher, algo que me faça acreditar"

"O Rock Acabou" - Moptop

Os helicópteros sobrevoam os prédios, tal moscas na imundície,
meus melhores anos são esses, dane-se a minha velhice.
Não quero que a minha menina tenha forma de pin-up,
mas o desodorante que eu uso, tem cheiro de chocolate.
Eu ouço às músicas nacionais, em formato estrangeiro.
Não como nos fast food famosos, nem bebo cerveja em puteiro.
Defendo a liberdade, esperando me vender por alguma fama subordinada.
Feito qualquer classe de sub-letrado, maior abandonado que não assiste tevê.
Meu verso é o reverso dos comércios assaltados, meu protesto sou
eu por inteiro.
E eu troco mudar o mundo, por um prato de dinheiro.
Não reajo aos padrões, minha histeria grita em silêncio.
Não que eu tenha medo, o ser humano é contraditório, não dá para ser
sempre o exemplo, seguindo sempre o mesmo horário.
Nego desde o início, parecendo fútil aos olhos da coruja, ao inimigo oculto,
paranoico, dissoluto.
O caos lá fora não mudou a minha vida, eu não precisava de uma razão
para existir, parecer bonito, politizado.
Eu já manifesto desde feto, se chorei foi por distúrbio, eu preferia meu mundo
molhado ao falso mundo correto.
Eu não sou um líder, sou só alguém em crise mundial, tão fácil de acreditar,
na manufaturada arte de achar, que hipocrisia é roubar.

sábado, 22 de junho de 2013

"O Princípio Criativo ou Desculpe Babe" (Sannio)

O princípio criativo. Não como definição. Nem ao menos como significado. Apenas principado.
Príncipe. Princípio.
Artigo ao anteceder, para melhor identificar o ser.
Identificar o criativo. Já de início, ou princípio.
Criativo. Cria do ativismo, imaginado, sem contra indicação, religião, ordem, nexo,
sem sexo e embutido.
Criativo. Mentalizado, muitas vezes baseado. É filho sem mãe, "musado". Do coito,
apenas idealizado.
Sem dó das mãos, calo por calo, negando o calar. Por certo, evitando o dom de criar.
Mãos que misturam-se as tintas, aos papéis, as teclas, as telas, as tetas, às acetas.
Sem direção, ou tempo. Semanas, dias,  meses.
Uma, duas, treze.
Chuto uma lata na rua, na esperança que não "vo(l)te". Não sirva ela de consorte.
Enquanto lhe entrego, minha cabeça em uma bandeja.
Sou tantas vezes educado, como são os bons psicóticos calados.
Não manifesto o óbvio. Tento não ser obsoleto.
Não! Tenho no simples suspirar, o ensejo.
Meu desejo ardente, não veio do fogo. Não é feito de gente.
Sou indolente, descrente.
Me reinvento todos os dias, na minha fé não prostrada, de pé encarnada.
Deixo que o corpo trabalhe.
Ante socializo a necessidade humana. Me auto promovo, me aflijo, me socorro.
Como das migalhas, dos biscoitos em partículas, das gatas, das milícias.
"Canalheio" o romantismo, e aos relacionamentos não me animo, me ensino,
me reeduco.
Me esqueço, me esquecem, me mudo.
Temo a ciência, a indiferença, a falsa inocência.
Nego o consolo, me delicio no fel do abandono.
Desenho, escrevo, me reinvento.
Abandono o casulo.
Em quatro, três, dois, um...
Nulo.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

"Tempo" (Sannio)

Na minha frente, os anos se confundem: 1964, 1984, 1992,
2013...
Vejo o meu país em um caldeirão.
E o mundo em uma fornalha.
E por um tempo, as causas individuais se misturam, se esquecem.
Será mesmo?
O ego, toma tantas formas diferentes, que às vezes, fica difícil identifica-lo.
Não vou ser hipócrita(nesta questão ao menos), tenho meus assuntos pessoais para resolver.
Apoio, todo tipo de manifestação e protesto pacífico. Mas não voltarei "a passeata".
Talvez eu mude de ideia, nada é definitivo afinal(quiça, mudança de sexo).
"No mais, estou indo embora...", feito a música do Zé Ramalho.
Do que eu estou "falando"?
De tudo que acontece, longe do meu próprio umbigo, eu diria.
Estou muito orgulhoso, dos que sabem o verdadeiro papel de ser um cidadão.
E apenas deles, talvez.
Em busca da minha auto satisfação, volto a cuidar de mim.
E estou pouco me lixando, com a concordância alheia.
Eu preciso!
Assim, como o país e o mundo, precisa de pessoas que saibam e protestem
os seus direitos.
Não vou usar mais, de uma bandeira, para me proteger do frio.
Vou sair na ventania, de peito aberto.



sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Urbana" (Sannio)

6,66 R$.
Foi o custo da compra que eu fiz, no mercado do esquilo alegre.
Um pão de sete garotos e quatro linguiças calabresas, de pelo menos três animais diferentes.
Pode pesquisar:
*Um pão de manteiga(marca óbvia,vide tradução);
*Um pacote fechado a vácuo, de linguiças "fininhas"(da marca mais barata).
Seis reais e sessenta e seis centavos, e um olhar misterioso da balconista balzaquiana. Tão pouco atraente, que facilmente me fez olhar para a balconista às minhas costas. Sem antes responde-la, com um olhar igualmente misterioso(satânico{?}irônico).
Sobre a balconista às minhas costas. Beleza nórdica "Caco Antibeana", vinte e poucos anos(bem mais o meu tipo).
Já tão nova, destruindo aos poucos seus sonhos libertários e socialistas.
Apenas mais uma peça, na máquina dos tempos modernos, enigmática e inutilmente bela.
Um passar de olhos levianos sob as cervejas e os vinhos.
Os preços nas etiquetas, volta aos graus e a graça, a pintura "dark emo", nos olhos da balconista. À lápis preto.
Lápis preto, das poesias que confesso abandonadas, pela destra arquiteta, ociosa entediada.
Mão direita que conta com o braço direito, que sou eu mesmo, igualmente e frequentemente entediado.
Sede obsessa por cerveja que vai da boca aos cantos dos olhos e por entre as prateleiras. Na estranha, hiperativa e auto-destrutiva, psicológica atração.
Noite sem promessas, uma Cidade Baixa na altura do colarinho. Algum gemido no escuro, quem sabe?
Guerra civil mais ao centro, feito: "Aventura & Ficção"(HQ).
Páginas amarelas de uma estória antiga, contada incessantemente pelos donos das histórias com agá(H).
Bob Marley se referindo a "Eles", John Kennedy com um discurso relativamente famoso, contra às sociedades secretas.
E você pagando o que paga pelo transporte público, esperando que exploda a bomba bem longe de você.
Não enquanto existirem bancos e banqueiros meu amigo, pois as suas intenções, cheiram a napalm.
Ps: Feliz Copa do Mundo!






quarta-feira, 12 de junho de 2013

"Where Did You Sleep Last Night" (Sannio)

Não fui eu quem pintou O Jesus de loiro, nem escolhi as datas apropriadas para Ele, coincidentes com os solstícios da lua.
Nada há mais a ser dito. Apenas espera.
Não há conselho, nem experiência a ser contada.
E eu tento melhorar meu vocábulo, mas acho os palavrões tão charmosos.
A grosseria irônica é do que eu mais gosto.
Pessoas nascem, crescem, sedam-se, consomem, se reproduzem, espiam-se, lamentam-se, suplicam e morrem.
Ainda acho menos antipático, o meu egoísmo volátil, ao consumismo estúpido e a necessidade de ser aceito 
desenfreada e criadora de adeptos, cada vez mais artificiais.
ÚLTIMAS PROFECIAS, PARA OS ANOS VINDOUROS: 
O mundo irá curvar-se ao comunismo e ao pretenso socialismo(o mundo capitalista, este mundo).
O príncipe torna-se-a rei(aonde o inglês é melhor pronunciado).
A igreja cairá, e então surgirá uma nova religião(como se precisássemos). 
Para mim parece óbvio, para outros paranoia, pode ser deboche, talvez.
Hoje em particular, saio do laço que aperta o meu pescoço e canto em dialeto próprio:
"Where Did You Sleep Last Night" do Nirvana.
Lambo às feridas e procuro da forma mais pedante por atenção.
Superficial como um arranhão, comungamos.
Buscando por algum sentido.