terça-feira, 25 de novembro de 2014

"Ratos" (Sannio)





Seus casos não eram mais os ocasos beirados
As escondidas dos corpos dormentes
A fumaça tal qual a serpente
A ondular as notas do som da água
Praia a beijar os seus pés 
Os calos e as cavalgadas na memória
Na torrente irmã do caminho
Não fantasia mais na ilha
Só às vezes
E as outras vezes
Lembrava do farol
Da vela
Do luto
Lembrava da luz
E de um deus esquecido na parede do mocó
Os cacos de telhas quebradas pelos ratos
Os mendigos e os parcos, poucos e pardos
que dormiam em seu telhado
Antes de queimar 

sábado, 22 de novembro de 2014

"Rezuza" (Sannio)

São só reminiscências 
Não há fatos novos
pra contar
Nem tênis de marca
 pra deixar
Eu que não odeio a esquerda
Pois é pra lá
que eu desvio a seta
E eu não sou alpha
Eu não sou nem ao menos betha
A gente tenta de novo
Dessa vez 
A gente acerta
São em fragmentos às minhas confissões
Vocês não tem condições de entender
Pois vocês são só vocês
E eu é que tenho
 que saber
Mas que papo esquizoide
Então: vê se não fode
Não estrague a última dança
Pisando nos meus pés
Pois a lei da vida
Sempre foi 
a lei do revez
Saudades da inocência
Saudades da minha querência
Saudades da hortência 
E da flor
Que já me teve amor
E não é pra fugir do castigo
Não é pra fugir do perigo
É só pra me mostrar: 
"de besta"
"de besta"
"de besta"


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"Saída" (Sannio)

Saio de mim
Em uma música
Saia de mim a ausência
Serve uma taça de bem
E um gole de mal
Sai de ti
Uma dúvida
Acredita sem ver
Numa lança
Volta cansado
Sem bem
Nem bem
saiu