segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"Tu" (Sannio)

Toda a tua falsidade
É só uma ilusão de verdade
Você nem sequer existe
E ainda espera triste
que alguém lhe conquiste
E que vá te esquecer,
sobreviver,
escarnecer
Tão sóbrio
o teu grito inglório
Teu olhar de velório
Teu amigo blasé
Teu passado michê
Tua fronte de pena
Teu fake de Gardena
Teu gosto simplório
Tua culpa guatemalteca
Tua identidade asteca
Tua bunda de cueca
Tuas pregas
Tuas malditas regras
Tudo teu
Tudo que entra
e tudo que sai
Da tua boca
pra fora 


sábado, 30 de novembro de 2013

"Claríssimo Quando Perto De Um Coração Selvagem" (Sannio)

Quando leio a árdua vida de uma mulher solteira
Me questiono de qual vida se trata
Se não foram às suas próprias escolhas 
que a levaram a tal bravata 
E na sequencia vem o arrependimento em desalinho 
Cheio de afrescos e badulaques, moçoilos de cavanhaques
atletas de destaque, vanguardistas de araque
Não pendura quadros, coleciona molduras
E no meio de tantas tolas aventuras, desatina de frescuras
Acredito na inocência jaz ultrapassada
Mas teria de ter vivido em uma bolha
Para não notar tais escapadas
Ou as desculpas esfarrapadas das horas esperadas
Sem quase definição sexual
Não será uma bela com cheiro de rosas
que lhe tragará ao normal
A efêmera bebedeira de seus caprichos românticos
Desde sempre lhe apontaram mal sinal
Grave curiosidade às fazem casar na mocidade
Maldita ansiedade inquieta
Fazem-nas de lábios abertos à pequenas boca abertas
No gênero:"Mulher sofrida"
Prefiro Clarice
Há tantas mulheres vividas
E antes que me tenham gana homicida
Lembrem-se
Não foi eu, quem bancou a esquecida 



sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"S de Saudade" (Sannio)

Realmente não importa
Você irá se virar bem sem mim
Pensei em lhe dizer algo
Mas não
Eu realmente não tentei
Normal
Eu nunca quis ser tão bonito assim
E você sabe
Seus filhos passam pelos meus olhos
E não importa o tempo
Eu vou ainda estar sozinho
Por que eu sou melhor assim
Sem você
Minhas lágrimas quentes
São a minha única despedida
Como um bilhete curto
Em um bolso furado
É...Eu sei!


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"Feliz Natal, Charlie Brown!" (Sannio)

Não enxergo limites
Minha simpatia tem o gosto deste café amargo
É preciso adaptar-se para saboreá-la
Ou não desce
Por mais que se sorva ou tente engolir
É inerte, inerente, luxuriosa em mágoa
Sem donos, cem donos
e sem mim, mas nada
Sobre o tempo: Chagas
Tão lembrado, vivido, gasto
Nos lábios de seus ponteiros
ainda sou casto
Core, corre, nas meias rastros
Nas mão tremores,
no fígado amores
que sem um corpo doem
Desfalecem, adormecem
Reencarnam
Moem 

http://www.youtube.com/watch?v=uGmV9BYiVLQ



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

"Normal Porn For Normal People" (Sannio)

Recebi um e-mail. Daqueles que não se espera receber nunca. 
"Normal Porn For Normal People". Escrito em um inglês quase chulo. 
Uma mensagem curta.Um breve amontilhado de letras em palavras quase desconexas,
com a simplória intenção de dar-me um cumprimento.
Já havia ouvido a respeito. Sabido um pouco desta lenda urbana. 
E via-me de frente aquele mero convite, sem letras douradas, nem marca d'água em
 um cartão luxoso. Frustrante até. 
Assisti os tais vídeos, entrei no site. Agradeço. Mas meu interesse é ralo sobre o grupo
que nele se encontra. 
Bato a bunda a galope. Bato de novo. Até tudo que é alvo, corar-se. A garota chora. Me
lembra que a gente namora. Eu só estava me divertindo...E agora?
Além do que a mente vaga, veste de anágua, sopra, suspira, paga. Também maltrata,
provoca dor, mata.
Passado todo psicotrópico desassossego, gosto do bizarro, do estranho, do medo.
Me fascinam os psicóticos, os maníacos neuróticos, os vermes psicopatas, os malditos,
estupradores, desajustados, auto destrutivos, masoquistas, sádicos. 
Psicopatia em inato florescer, independente de abusos, ou triste lembranças da infância.
Famílias estruturadas às vezes também criam monstros.
Sedutores, sedutoras, muitos são charmosos, muitos escondem a sua face marginal.
Sociopatas que matam moscas a olhos vistos e pedem para serem amarrados em sua
intimidade. Os que amarram, os que não amam, os que sarram. 
Uma ausência de sentimentos superiores, pensamentos egoísticos, hedonismos.
Escrúpulos que não perduram, sofrimentos que estancam, devaneios, faunos que dançam.
Soberbos deuses entre os homens, assassinos impiedosos.
Órfãos do sistema a espera da adoção de algum padrasto: Soturno, Saturno.
http://www.youtube.com/watch?v=p09Mu8c_cSw









sábado, 16 de novembro de 2013

"Nós & Laços" (Sannio)

Limpo os lábios de areia 
Nos meus olhos 
a tua teia
E encaro de vez essa vida
Mesmo que a lua me golpeie
E que por você eu anseie
Por trinta moedas do teu apreço
Eu bem sei que não mereço
Não demora eu esqueço
Naquela nuvem outro sonho
Eu não quis, se deixei 
Lidar bem com o abandono

http://www.youtube.com/watch?v=l5BYTNtgib8&feature=youtu.be









quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"Revolução" (Sannio)

Vi sofrer a casta miserável em suas camas esquecidas
O doente sem às drogas em sua América empobrecida
Mais ao sul coroam às covas com às rosas embelecidas
Triste praga se mente irmã, se diz cristã, em discurso:
Sem religião estabelecida 
Não...Nós não podemos! Aceitar serenos às bençãos do ladrão
Vermos a fome que não sacia sem lembrar das siglas
de alguma agência de informação vazia
Cria junkie do terrorismo, em seu véu às penas
Escorpião de asas serenas, congresso em máfia
Ameaçados, espionados, em seus cofres um vigário 
Sobe a ação, a negação, a submissão, a religião
A espiação, o abandono, o preconceito, o vão
E sobra para nós aceitarmos a exploração
A condição de parentesco desafortunado
Sem protestar, contestar, quietos...
Calados 


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

"Atando Cachorro Com Linguiça" (Sannio)

Reencontrando com uma antiga vizinha
Sem que antiga fosse a vizinha, ou eu
Muito menos eu, diga-se de passagem...
Mas o bairro é antigo
Antigo, tradicionalmente boêmio
Inovador artisticamente, nem tanto ideologicamente
Vez e outra, surge um expoente
Culturalmente misturado, cheirando a gordura de lancheria,
a queijo de pizzaria, a "cc" de academia, a bafo de cervejaria,
 a putaria, a nostalgia
Sempre em voga, sempre em alta, próximo ao centro
Em teus contrastes, em teus lamentos
Aqui em Porto (Alegre)
Ali em Porto, lá em Porto Alegre
Depende do ponto de partida
Se a chegada for aqui, chega mais! Vale a pena
Eu discordo um pouco de tanto amor
Me criei lá fora, "lá" no interior
Gosto da simplicidade: Praia, sexo, barriga, filho,
natureza abundante, bundas balançantes, pipa, barbante
Metade de mim é urbano
A outra é castanho
Dependurado na janela
Lembrando do *pago
A vizinha (redefinindo o raciocínio) me lembrou
do meu estilo venturoso
Mudei um pouco: "Tô light"
Os cães cansam, perdem os dentes
Mas inadvertidamente, ou sabidamente
Nunca perdem o instinto

http://www.youtube.com/watch?v=OWoflVKeBIE

* pago - figura de linguagem gaúcha que serve para definir campo,
"pampas", geralmente relacionado a local rural, localidade de origem
fonte: meus achismos








domingo, 10 de novembro de 2013

"Construções Abandonadas Me Atraem" (Sannio)

Construções abandonadas me atraem
E suas histórias mal contadas
Na prosopopeia paródica irônica de sua gramática
Construções inacabadas tais coitos descobertos
Abertas fendas das mesmices de tuas frestas
Nos seios apertados, embolados, lambidos, acesos 
Cansados, calistos, apagados
Tijolos e madeiras podres
Cupins e bichos bola
Oras, horas, minutos, segundos, terceiros sem saber
Esconde, sonha, apanha, morre, socorre, violenta
Esquenta, esfria, saudades, pesar, vandalismo, melancolia
Dislexia nas coxas quentes das tardes frias
Muita sujeira, beira a beira às mãos vazias
Construções abandonadas me atraem
Me seduzem em seus corredores, feito dores
Pecadores que ao bem dá vida não há, nem hão
Uma pá, nomes pichados, dentes cariados, segredos, sãos 
Cimentado o cinza da busca
A flor na tua blusa
O pendão na calçada
Às safadezas das safadas, dos falácios, dos tarados
Dá-me o teu perdão
E eu te deito ao moletom 
E te encharco de "Molon", de "Ninon"
De gozo na penumbra 
Sua louca, a tua boca
E só a minha

* Molon - vinho; Ninon - cachaça 


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"Sonhe" (Sannio)

Sonhe ao relaxar profundamente
Sonhe como resposta de sua mente
Tenha ambições bonitas
Não faça só o que você quer
E se fizer
Faça bem
Não aponte, não conte, não desconte
Não revida
Seja só você
Mas não seja só
Seja você mesmo
E se puder defenda a sua liberdade e a dos outros
Não seja os outros
Não ligue para os outros
Nem para mim
Perfeito...
Seja assim!

domingo, 13 de outubro de 2013

"Pretty Lies and Dark Cafes" (Sannio)

Não que eu me torne com isto um otimista
Eu mesmo nem mereceria ser citado,
ou fazer parte de alguma lista
Mas os anos fizeram crescer pelos demais em meu corpo
E as crianças agora tem os seus próprios filhos
Logo terá os teus, se já não os tem
Desalma a amainar o próprio sofrer
Não sabias que seria assim?
É o que vem com todos os sonhos felizes
Apenas outro lar para lastimar
E o seu caminho não é determinado
E tudo o que por certo tenhas por acabado
Volta a circular em teus dias
Querida, meu bem, tu não sabias?
Teus lábios ferido por outro homem
E essa ânsia que te consome
de deitar em um novo abrigo
É querida, eu sei, combinava tão bem comigo
Mas tu bem sabes, não te sigo, não mais
Queria, mas no todo,
quero paz, meu bem eu quero demais!
Saudades tuas, que terei por toda a minha vida
Fui estúpido, cansei, tu sabes, eu sei 
Podes agora sorrir
Também em meus lábios, abriu esta ferida

sábado, 28 de setembro de 2013

"Dick Um Estrangeiro - Vida Maluca" (Sannio)

Entra amigo no carro 00 e coloque o cinto que eu acelero e piso fundo.
"Nos verão" passar a curva do grande palco, o carro 1 não nos fará mais sombra. Já passamos pelo
Sr. Perfeição, próximos ao hotel, agora é só seguir o caminho engenhoso. Não te zangues
 se eu parar e der carona a alguma Penélope, tu bem conheces a minha natureza...
Vamos ter com o pessoal do carro assombrado e lavar pudicos a mesquinhez da nossa própria melancolia.
Laguna se te escrevo é por que te quero, se te olho é por que me enxergo, se te abandono é por que eu sou cego!

https://www.youtube.com/watch?v=8_N7AnbISIM

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

"João Um Brasileiro" (Sannio)

Reporto sem ter lá estado,
unido pela revolta de sequer ter lutado
Feito algum imbecil cinzento, sem pátria, identidade ou passado
Presidente torna carregado,
com as próprias botas, não às de algum soldado
Na bandeira que tens "d'outro" nome,
nas centenas de mártires caídos
que te prantearam
ou estiveram contigo
É fácil ver a ausência de "Z" em tua matriz
Na legalidade das minhas palavras 
Tal "João" de um yankee solo, canonizado pela elite
Verso trás , em prosas más, poemas faz, nem bem quiseram triste
Consisto no pensamento, no relacionamento com as esferas
Não trago do trago o óbvio, termino longe do ópio, distante e livre do ócio
E talvez assim, mais próximo das estrelas que tombaram do paraíso 

http://www.youtube.com/watch?v=a8bCZl7i3PQ 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

"Retrato" (Sannio)‏

Deixem-me sóbrio. Me abandonem.
Não me sigam e se puderem me esqueçam.
Eu não sou um exemplo. Eu sou apenas o fim. Sem nem mesmo um começo.
Basta de meninas embriagadas no portão. De fadas procurando pela sua varinha de condão.
Fartei-me do gim. Tragam-me agora às azeitonas. Às uvas, não os bagaços.
Chega de cadeiras de plástico, de mesas de plástico. Chega de isopores, chega de vapores
baratos. Chega de vagabundas, de bêbados, pilantras, estranhos, chatos.
"Que danem-se os poetas/ E os loucos desvairados/ Que rasgam os retratos pra esquecer"
(Tequila Baby - Velhas Fotos).
Parem de procurar em mim o lobo. Simplesmente parem.
Não serão meros demônios que hão de me dizer quem eu sou.

"Vagabundos de Tapes II - Sem Desfecho" (Sannio)

Cidade de Tapes, 2013.
Planeta Terra.
Há tanto tempo que eu não piso no mocó, ainda que eu saiba o caminho.
A prefeitura manda fechar as suas entradas para que não haja saída.
"Que os loucos se reúnam ao relento." - pensariam "eles", se realmente se importassem.
Não que isso possa impedi-los, nos impedir. Nunca pôde.
Talvez o maior prejudicado, seja um bêbado que por ali dormisse. Agora  por imposição do tempo e da loucura, anda para baixo e para cima pela cidade donde pisa no asfalto oportunamente distribuído.
Mocó que já ardeu em chamas, teu incendiário jaz em tuas lembranças.
Sorte dos que nele estiveram em seus áureos tempos.
Teatro de atores improvisados nele se ajuntavam. Tantos segredos, tantos pecados.
A figueira que próxima lhe faz sombra, mal conhece os seus crimes.
Sim, o mocó sempre foi marginal. Na descrição literal da palavra. Na sua significação mais perfeita:
"Vagabundo!"
Imundo, aos olhos de alguns: "detestável".
Isso diriam os pais dos jovens rebeldes. Sem saberem que os seus filhos encenavam os
seus primeiros passos para a vida, naquele "teatro mágico".
Me pego a coçar a barba rala e triste recordo: "O mocó é para os jovens." Que façam bom proveito, escarneçam da vida cotidiana, riam , toquem, barbarizem.
Espalhem e se possível plantem a semente.
Não são às pedras que o constituem que tornam o lugar mágico:
"São vocês!"

*Parte 2. Do texto:" Vagabundos de Tapes". Postado no blog "AGENTES DA L.O.U.C.A" em 15 de Maio de 2013.







sábado, 21 de setembro de 2013

"Amanhecer Sem Revanches" (Sannio)

Feliz por ver o teu sorriso
Sem mais, indeciso
Não esqueço, não faleço
Permaneço
Deixando a nostalgia
Noutra alegria
Sem mas
Melancolia
Contente, sem um dos dentes
Patente sem nome
Descarrego e busco paz
"Cesariano" defeito do homem
Dar valor a quem o consome
Sem mais

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

#

http://www.youtube.com/watch?v=RxsoOYPfNqY

http://www.youtube.com/watch?v=1tH90uj6tCs

http://www.youtube.com/watch?v=EIef03BZsxQ

"Cadeado" (Sannio)

Papo de cadeado não é comigo
Não solto, não prendo, nem julgo o amigo
Se vi e falei, foi da boca pra fora
E talvez hoje, me pegue me arrependendo agora
Tardio, percebes a mão anarquista
Da boêmia me despeço e peço que não insistas
Meu plano escrevo alfabético
Com a mão de um artista
Autista folha que nela esporra
Toda a crença de um fascista
É apenas uma opinião, eu concordo
Nem percebo se há ou não maldade niilista
Talvez apenas um convite
E o meu: "Não!"- como resposta
Nem me define, tampouco me limita
Assim fica fácil ter coragem
Quando se é distante e o próprio nome
Pouco cita

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

"D Lá" (Sannio)

Por onde anda você querida?
Que invadiu a minha vida com um sorriso
Que não me fez promessas, nem eu as preciso
Que fugiu dos avisos
Que me deixou na chuva
Por onde anda a sua blusa
cheia de desenhos infantis
Por onde anda você, que um dia eu já quis?
Onde está o seu brilho expontâneo
Se agora eu me engano, me perdoe
Sou só um punhado de embaraços
Você mais do que cachos
Antes escrevia os sentimentos
Agora parece se esconder ressentida
Cadê o meu desenho?
Por onde anda, a sua vida?
Nem mais te reconheço
A maquiagem nubla a vista
O que me convidou, me repulsa
Sua timidez, suas curvas
Eu durante muito tempo andei errado
Apostei e perdi demais
Mas assim como cantam os pássaros
Estou pronto para voar de novo
Majestoso, tal os cardeais
Afasto outra vez o copo
Se hoje te vejo de binóculo
Foi culpa minha
E por mais cafona que possa parecer, admito
 Dentre todas as borboletas, tu bem sabes
Sempre fostes tu, a rainha

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

"Sono" (Sannio)

Enevoada saia a crítica a contra gosto
Nem era Agosto e até parece que foi ontem
Vê a menina, leva
Trás consigo alfazema
Corre o portão, treva
Amém! Bem melhor que desgosto
Disposto, desposo, remorso
Descaso, não caso, caso
O vaso cai e se quebra
Teve a pia a dor da vértebra
A dor incerta
Meta, métrica
Nela e transporta
Desgosta
Tem medo
Do rio, da lagoa, do açúde
O mar que lhe acude
E cuide
Dos seus rompantes repentinos
Serpente sem sino, chocalho
Carvalho! Me esqueço
Nem desço, leio o jornal daqui mesmo

domingo, 8 de setembro de 2013

"Só Manifesto o Direito de Pensar" (Sannio)

Seca o corpo da chuva lavado
No chuveiro a dúvida
Os olhos secos do vento, fervo
E o povo iludido
Seca abatido a luta que não é sua
Usado qual gado à rua
Nua prece me aquece a alma
Calma doce inócua
Existe bondade na inexistência?
Maldita carência que trás saudade
Açoita a esquerda o seu marxismo
Ajoelha ao calvinismo
A direita fumaça a curva
Genocídio elitista
Militarismo de revista
Terrorismo inventado
O patrão do baseado
Sem cultura, sem passado
O mundo não melhora
Com nova ordem nenhuma
Ledo egoísmo, nem direita, nem comuna
O ser humano tem a sua sina
Os poderosos a cocaína
E o povo tem a cachaça
Conduzido feito massa



terça-feira, 3 de setembro de 2013

Religião

 https://www.youtube.com/watch?v=cKJBv37OpMI

http://www.youtube.com/watch?v=OQKEGs3mlpc

 https://www.youtube.com/watch?v=vuv-KHmoDjk

 http://www.youtube.com/watch?v=ZnBeGI5S7pk

https://www.youtube.com/watch?v=gKYuxSxr8X8



domingo, 1 de setembro de 2013

"Antes de Dormir" (Sannio)

Liberto das correntes
Vejo de novo o teu rosto
Longe da caverna, sem ecos, nem mitos
Sem musas, mesas, litros
Deita
Basta você


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

"Carta ao Tommy" (Sannio)

Tens o teu brinquedo pronto, apronta é só teu
Birras se não brinco, já não o amo, não o sinto
Tens o teu palco, sobe, a plateia te espera
Tropeças de bêbado, danças, torna-te criança
Te equilibras, balanças
Tens a tua barba, magistra
Assim como eu tenho a minha, turista
Tens os teus conceitos, tuas musas, tuas turvas noites na chuva
Assim como eu tenho o céu que encaro, no solo os meus calos
Nas mãos não mais cornetas
Tens tuas razões eu tenho às tetas
Tens tuas visões, tens tuas zombetas
Te magoas por que cresço e te abandono
Trata-me como um filho em sono
Mas esqueces que eu não sou
Que provenho da cisão
Se quebra em mim o sifão
Não permitirei que o cheiro te aborreça
Sossega, esqueça
Talvez queira por vezes o caos
Normal
Dele muitas vezes me servi
Te entendo
E antes que penses que concordo, te emendo
Não rompo com às trompas
Filhos da criação e das escovas
Limpamos ainda os dentes molhados
Tragados pela vida
Você com as suas leis
E eu com as minhas trangressões
Não vá chorar de novo
É apenas só mais um dia
Mas são dois corações

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"Nem Direita, Nem Esquerda, Só o Pão Sobre a Mesa" (Sannio)

Tarda no circo a entrada, na porta a fachada, no rosto a mágoa
Sorrio no fundo d'água
Sereia da noite, brincos de pérolas, velas
Nada
Sorriso no castigo
Distância, vertigo
Você, tu e eu
Sendo assim me esqueço
Tenho em si recomeço
De ti solidão
Só e são
Sim, canção
Pra te guardar o sono
Sem nem mesmo sequer um dono
Só Deus por testemunha

terça-feira, 27 de agosto de 2013

DÍZIMO

 https://www.youtube.com/watch?v=Cdn7BNolLTo

 https://www.youtube.com/watch?v=S2uIii9dTJc

  https://www.youtube.com/watch?v=VgAkwbHtDhc






segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"Nulismo" (Sannio)

Paredes estreitas demais, "tal rabo de xina". E em meu embargo, já não consigo respirar
Meus sonhos são punhais que cortam a minha realidade caótica, estoica, apostólica, paranoica
Eu já não sinto frio, nem dor, nem mesmo sono ou calor
Meu coração não sangra, ele é incapaz de sentir
E a carne que cai em filetes ao solo, é comida pelos porcos da  minha própria ignorância
O relógio derrete na parede, feito sorvete de baunilha
A sereia lambe os meus mamilos, desce em lábios, ronrona escarro
Travo o gozo, que nojo
O esperma na perna, na musa, na terna
Te abraço, tal laço
"Fique!"
"Não posso"
Choro, arroto, troco, troço
Me mata, mas antes deita aqui comigo
Finge que eu sou teu amigo
E por misericórdia, me sufoca se eu tentar acordar

domingo, 25 de agosto de 2013

Polemic Documentaries

   http://www.youtube.com/watch?v=tfQG0YLilYs

  https://www.youtube.com/watch?v=1O4SZQZ-ikk

  http://www.youtube.com/watch?v=sKuu5qKk6Oo&feature=youtu.be

  http://www.youtube.com/watch?v=tKxk61ycAvs

  http://www.youtube.com/watch?v=bcwiPNBQ36k

  http://www.youtube.com/watch?v=b5qN2Q3yApc

sábado, 24 de agosto de 2013

"Lourenço" (Sannio)

O cheiro que sai de mim, às vezes cheira a cheiro de ralo.
Minha sabedoria não provem das oportunidades que eu agarrei. Mas sim das que eu desperdicei ou simplesmente deixei passar.
Há muito tempo não tinha epifanias sobre a vida assistindo a um filme brasileiro. Mas esta noite eu as tive.
A frieza que aparenta insensibilidade, o negativismo de Lourenço, a impressão das pessoas, aquela sinceridade desprovida de caráter moral... Só uma personagem e mesmo assim me mostrou tanto de mim, me lembrou um amigo também. A qual o nome eu recordo, mas não cito, pouco visito e que agora mora longe. Tem um sotaque parecido com o meu...
"Foda-se!"
Uma vida inteira de distância. Distância do pai, incompreensão da mãe.
Amante furtivo, de poucos amigos.Tudo mudou após um desamor. Então tudo acalmou.
Anos se passaram e aí mudou de novo.
Igual a bala de framboesa: "Massa!"
Se eu não tivesse sido tão volátil o paraíso teria um nome. E eu provavelmente conseguiria pronunciá-lo.
Lembro daquelas que chegaram tremendo e saíram em parte satisfeitas por conseguirem o que queriam.
E eu também gozei de suas companhias no meu sadismo masoquista, inconstante e perturbador.
Sempre houveram as musas, as santinhas e as vagabundas.
"Eu não me importo com ninguém. Só não quero que pensem que o cheiro do ralo é meu".
O conforto não desocupa a bunda da poltrona. E vira escória, rola nela e esporra.
As paixões parecem vazias, saciadas após o ato.
Mas hão de notar arrependimentos de fato, eu não sou o Lourenço. Quiça houveram(que eu saiba), tentativas de suicídio por minha causa. Abortos talvez.
Não vou segurar um olho, nem o do cu.
Nunca me apaixonei por uma bunda que eu quisesse envelhecer ao lado. Ou que eu pudesse comprar.
Me faltou humildade. Soberba da própria arrogância nas posses imateriais.
Dois tiros e eu me acabo.
Suspeitas não faltam.
Quem há de consolar um ingrato?
"A vida é dura!"

Livremente inspirado no filme: "O Cheiro do Ralo"  (Um filme de Heitor Dhalia)
Baseado na obra de Lourenço Moutarelli

 Dedicado a Paula Braun




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

YAOHUSHUA

http://www.youtube.com/watch?v=KPLLgB8e4UQ

http://www.youtube.com/watch?v=900rJ3UL56A

http://www.youtube.com/watch?v=izgyA6s9s8Q

http://www.youtube.com/watch?v=n3MInrhpfgM

http://www.youtube.com/watch?v=8YNbxCSd2aM

http://www.youtube.com/watch?v=792vyyGUqb8

http://www.youtube.com/watch?v=AWHghqsF9LE

 http://www.youtube.com/watch?v=yXQMDyhWgTo

 http://www.youtube.com/watch?v=7Ihl-VshAqQ

 http://www.youtube.com/watch?v=DaWzx-2YQNk

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"T V"

 http://www.youtube.com/watch?v=4ZOgz5uOYYQ

http://www.youtube.com/watch?v=YmXMB2MVFEQ

http://www.youtube.com/watch?v=H_dsWQL_MFc

http://www.youtube.com/watch?v=HSCUzLf9xtg




domingo, 18 de agosto de 2013

O Espírito Humano

http://www.youtube.com/watch?v=RI278UZ11WA

http://www.youtube.com/watch?v=RAHs9qyczFM

http://www.youtube.com/watch?v=aTtxAiCyMcM

http://www.youtube.com/watch?v=cs6DbQ1tDgg

http://www.youtube.com/watch?v=SdDMP0anKn8

http://www.youtube.com/watch?v=RTyjBXR2Mx0

http://www.youtube.com/watch?v=F1pyP7GLLQY

http://www.youtube.com/watch?v=jZ_wiv9tdVs

 http://www.youtube.com/watch?v=qIgttVG4kjU

 http://www.youtube.com/watch?v=3OmQDzIi3v0


 


 






sexta-feira, 16 de agosto de 2013

"Candeeiro" (Sannio)

Quando o anjo se aproxima, eu sinto a dor desaparecer
Oh Dom, que fazes tu das tuas virtudes?
Por certo, não quer que mudes
Permaneces na ignorância
Teu pensameto que estraçalha as barreiras do som
Vem cá ter alento em tua vaidade
Senhor, veste a tua roupa, a de linho
Teu trajar em desalinho, não combina com teu prisma
Cisma que te condenam
Ao contrário te erguem
Perde-se tu no próprio gênio
Tua voz que com a minha se confunde
Não quer de todo que eu mude
Pois assim não me terias contigo!
Ledo engano pobre menino
O que mais quero
É que pares de esmorecer
Como posso eu a vencer o tempo?
Nem mais uma contradição!
Busca no teu irmão
Felicidade para a tua alma
Basta de partidas
Segue as portas por ti não escolhidas
E minha vida?
Começa agora!

domingo, 11 de agosto de 2013

"Mickei, Sunshine Blues" (Sannio)

Contaminaram as minhas lágrimas
Se fez de vítima com mágoa
Mas eu não posso perdoar os seus amigos
Por isso Mickei,
eu não sou seu amigo!
Mickei, eu não sou seu amigo!
Mickei...
Nem "fudendo"!

Mente sobre toda a nossa história
Levianamente quer toda a glória
Quer atravessar a mata
Não importa
se tiver que matar
alguns pobres elefantes
(Fuuóóóhhhh!!!)

Eu ouvi o discurso do homem
em solussos
Seu regente soluto, o último
E tudo isso
Antes do tiro

Por isso Mickei,
eu não sou seu amigo
Mickei, eu não sou seu amigo!
Mickei,
a prostituta aqui é você!

Eu não sou terrorista
Eu só achei o teu número na revista
(tu.tu.tu.)

Liguei e você estava ocupada
Seus cafetões me desceram
a porrada
Mesmo assim,
eu apenas disse:

Mickei? Eu não sou seu amigo!
Mickei? Eu não sou seu amigo!

Mickei, olha o que eles fizeram comigo!










"As Flores Do Jardim De Minh'Alma" (Sannio)

Beija a minha carne
que te espera desnuda
Afaga o meu rosto
Aperto a tua nuca
Chupa os meus dedos
Me acolhe nos  teus seios
que eu te entrego o meu freio
Nos teus casos mais sérios
 os meus são só mistéios
O incenso na varanda
tuas fitas de aruanda 
E o corpo que comanda
que consome
Sou teu homem
Sem um nome
E tu és
minha mulher

 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

"O Sonho de Tolstói" (Sannio)

"O homem pode viver 100 anos na cidade sem perceber que já está 
 morto há muito tempo"  - Tolstói em "Sonata a Kreutzer"

Não há igreja maior que a sua própria fé
Cristianizo o ateísmo de calssolas que doe-me às bolas em seus discursos
Gosto também da mulher que me beija a boca e me toca longe dos bolsos
Dela me compadeço e a mereço e do preço bem que me esqueço
Entrelaço os meus dedos aos fio e no vazio algo macio
Gosto do carnalismo sem hipocrisia, das profanas horas,
das santas, das vadias
Desprezo o que despreza, o que não reza, o que não crê
e não vê sem perceber a discrepância da sua estúpida ganância
Em obsesso egoísmo de suas posses, há quem os endosse, sem norte,
sem rumo, seu húmus, seus prumos
Meu livre-arbítrio no amor ao conhecimento com dicernimento
Sem lamento, ao relento, sem mas, quero paz, sem mais.




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

"Rejeição" (E. Castro Amaral)

Estava deprimido, vestindo minha "karaio banzo", uma cueca japonesa
 e tomando suco de guarda chuva e fumando cigarros musicais. Quando
 ouvi um comentário sobre uma menina que queria ser famosa mas não
 tinha talento nenhum.
Olhei para o lado e vi cachorros comendo o próprio vômito, seres de
 outro planeta cagando pela boca e falando pelo cu. E ensinando aos seres
 humanos o ódio pelos próximos a eles. Pobre ser humano que sou. Eu com
 pouca compreensão de mundo. Coitados daqueles que não querem ser desse
 mundo, pois querem cagar pela boca e falar pelo cu.
Olhei para cima e lá estava o sol com o sorriso Deus. Sem mudanças e feliz.
Viva e deixe viver! Ame e será amado. Odeie e será rejeitado.

* Editado por Sannio Cardoso.
* E. Castro Amaral - Colaborador, poeta, filósofo, amigo e Comandante
  da Embaixada da Interzone.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

"Israel - Conto" (Sannio)

"Nasceu o meu filho!"
E saiu gritando pelo jardim inglês, o Sr. Oswald Neblim Ura.
Era então o ano de 1948. E o mundo sofria relevantes modificações.
Sr. Oswald, íntimo dos filósofos da época, destoava-se dos demais por
uma ganância destituída de humanitarismo. Nos meses que antecederam o
nascimento de seu primogênito, abandonara qualquer ideia socialista. Para ele,
agora só importava a saúde de seu pequeno Israel. E o crescimento oportuno
de seus bens.
A acendente carreira no banco central da cidade. E os seus novos amigos egípcios,
haviam melhorado e muito a vida do "pobre" Sr. Oswald.
Filho de um pai que vivia de pequenos serviços. Um eterno amargurado, pela perda de
seu único e bom emprego.
Filho igualmente de uma mãe católica, em um país de protestantes. Ignorante por condição
e beata por estúpida necessidade.
Oswaldo criou-se ressentido. Ressentido e violento.
Passou metade da adolescência entrando e saindo de gangues e reformatórios.
Casou-se com a filha de um  renomado meteorologista americano. "Cassandra".
Cassandra, em tudo escutava Oswald, e o seu comportamento aparentemente passivo,
facilitou com que Oswald orquestrasse às suas vidas.
2013.
Israel tornou-se um homem velho. Velho e ranzinza, a embalar-se em sua cadeira de
balanço, de madeira de acácia.
Casou-se com uma palestina de nome Elizabeth. Quinze anos mais nova do que ele,
 a quem muito maltratava, desde bastante tempo. Conheceram-se em um baile de
máscaras, realizado habitualmente no mês de Setembro na cidade natal da mãe de Israel,
Cassandra.
Elizabeth sofreu diversas humilhações nas mãos do sádico Israel.
Israel por sua vez, pouco importava-se. E sempre que podia, jogava-lhe no rosto a sua
posição abastada. E o tanto da riqueza de seus pais, de sua condição de herdeiro e de
que nunca precisou trabalhar.
Cansada de seus frequentes abusos, Elizabeth tardiamente talvez, resolveu que teria
um caso. E posse a escolher candidatos. Dentre eles, George destacou-se. Filho de
linhagem nobre, igualmente abastado como o marido. Bonito, carismático, ativista político.
"Um partidão"- pensou ela.
Então em oito de Agosto de 2008 enlaçaram-se em um hotel em Denver, Estados Unidos.
E iniciaram o seu caso.
Cinco anos se passaram e Israel parecia ainda indiferente a tudo. "Parecia".
Inventando uma viagem para visitar um antigo amigo de faculdade no Nepal. Fingiu partir.
Sem ser, sequer questionado do motivo da viagem, ou quem era o tal amigo de faculdade.
Passadas onze horas de sua saída, sorrateiramente adentrou o casarão.
E antes mesmo que pudesse flagrar o suposto casal de amantes, caiu morto ao chão.
Fuzilado por um tiro de um bacamarte.
Ao lado do corpo, jazia seu rival. George(looper) fumava um charuto fedorento e
ao vislumbrar Elizabeth adentrando a cozinha, disse apenas:
- Faça-me um chá, o homem-chuva está morto!









"Provérbios da Música Popular Brasileira" (Sannio)

Toda mulher tem um pouco de Terezinha(Terezinha-Chico Buarque/cantada por Maria Bethânia).
E todo homem tem um coração vagabundo(Coração Vagabundo-Caetano Veloso/cantada por Ana Cañas).
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro(Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro-O Rappa).
É(É-Gonzaguinha)... A gente não quer só comida(Comida-Titãs).


segunda-feira, 29 de julho de 2013

"Interior Song" (Sannio)

Talvez eu suma por um tempo
Vou voltar ao interior
Externar por lá o que me consome
Morder com gosto um dissabor
Sorver das águas d'outros beijos
E enfim morrer de amor

Talvez eu suma por três dias
E enfim encontre a paz
Algo mais do que a alegria
Algo que eu não tive mais
Mesmo nas lembranças frias
Mesmo em todo desamor

Quero mais que o seu bom dia
Quero mais que outro favor

Talvez eu suma por um mês
E não me encontre mais
Talvez pra nós, seja tão tarde
Se sou um
E tanto faz

Calma
Pra entender a alma
Trás
Em meio a solidão
Cais
Pra ti só mais um porto
Faz
Tão bem ao coração



quinta-feira, 25 de julho de 2013

"Jesus of Suburbia" (Sannio)

" I don't feel any shame, i wont apolagize
 When there ain't nowere you can go

Running away from pain when you've been victimized
Tales from the another broken home"

"Jesus Of Suburbia" Green Day

Um abrir de pernas e você está aqui
Então logo você procura algo que seja bom
Mas não é o que importa para os outros
Então lhe dizem o que fazer
E aí você faz
Iludido, dizem que lhe amam
Mas não
Então você faz o inverso
E alguns concordam
E o número cresce
Você finge desistir
E alguns lhe odeiam
E o número cresce
Então você confronta
Alguns acreditam
Você não
E o número cresce
Abre algumas pernas
Nada sai delas
E você termina como começou
Um.

sábado, 20 de julho de 2013

"Heaven Knows I'm Miserable Now" (Sannio)

Tu podes abrir a janela?
Quero voar para longe de ti
E o começo está na segunda pessoa
Pois você quis assim
Então me deixa ser 
Mesmo que hoje eu seja só mais outra imagem tua

Eles nunca me incomodaram realmente
Eles escreveram a sua vida, não a minha
Seus padrões e suas religiões
E toda a forma de cegueira que suga a individualidade
e acaba cuspindo juízes ridículos que não sabem dançar
Por que todos quiseram assim

Eu sou comigo agora
E também o protagonista da minha peça miserável
Metros da platéia e a quilômetros daqui
Vivendo entre as dimensões
Sinto que até poderia morar em um barril
Se não cobrisses o meu sol.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

"Quando Toda A Sensibilidade Acabar" (Sannio)


Troca o lado na caminhada
"Esse é o meu preferido"
Me ajoelho na calçada
E você me mostra o seu sorriso
Mais um bilhete escrito: "Saudade"
E o ônibus partindo pela noite
Me abraça na bicicleta
Devolve as flores mortas
Te levo até a esquina
E uma amiga me diz:
"Ela quer namorar"
Roubo uma flor
e te dou
Você me faz um sanduíche
Contamos as horas "da pílula"
Faço uma piada escrota
E estrago o momento
Beijamos ao ouvir "Kiss"
Você foge do namorado
e vem me ver na praia
Te salvo da depressão
Mas não danço as suas músicas
Te abraço na consolação mentirosa
e você fica toda prosa
No colégio murmúrios
"Você é louco é 
a menina mais bonita da cidade!"
Me diz um amigo
E eu lhe digo:
"Acabou. Eu não gosto da voz dela"
Me acaricia o rosto de manhã
Só vou embora depois do café
Você veio mesmo na chuva
Suas pimentinhas
Na sua janela,
fumaça e vômito
Eu te lembro seu professor
E você é tão gremista 
Você veio se despedir
Eu fugi! 

Às doces memórias, mesmo quando amargas.




quarta-feira, 10 de julho de 2013

"O Segredo De Ísis" (Sannio)


"O arco de Ísis
tem três amores
De sete cores
em suas curvas
A nuca nua
de um céu sem chuva
Lembranças minhas
a fez sorrir"

Notou que olhava o teto
 E todo ele descascado
Fez menção de mirar o reto
 Nem calou sem ser censurado
Tomou ódio de ser correto
 E procurou por um cigarro
Houve choro e redenção
 Chutou a rima, o trema, o verso, a canção
Mendigou por explicação
 Benigno inseto sem feição
Escondeu-se em metáforas
Nas costas, duas asas
Na boca uma salada
 Tal jargão em uma calçada
Uma tarde na privada
 Em publico, um púlpito
Um júbilo
 Um troço
 Que traço
Qual traça
 Num livro de graça
Uma música na praça
Um coração que geme: "Que massa!"
Palhaça
 Que sumiu
Não se viu
 Só voou
Se foi







sexta-feira, 5 de julho de 2013

"As Núpcias da Virgem - Lado B" (Sannio)

"E se você quiser entrar na tribo
Aqui no nosso Belsen tropical
Ter carro do ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistolão
Ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária, comprar feijão
Ser responsável, cidadão convicto, cidadão modelo, burguês padrão
Você tem que passar no vestibular"
"Química" - Legião Urbana

A intenção não é quebrar nada, não é militar por fachada.
Não é ser extremista, não é dar entrevista.
Não é posar para ser top no facebook.
Não é deixar de lado os direitos, não é aceitar os defeitos.
Não é faltar com o respeito, não é ter medo.
Não é dar conselho, ser perfeito, ser eleito.
Não é por dinheiro, é por justiça.
Divertem-se agora, também todos os fracassados morais,
com a sua intolerância e violência, escondidos entre os seres conscientes.
Fingindo serem inocentes, quando todos os que buscam o melhor,
recebem o ônus por seus pecados.
Tento agora fazer-me entendido, do subentendido sarcástico,
que não me traga só o asco, do olhar que forma o sádico, o lunático,
o letrado poético, o incapaz de conviver em sociedade.
O orgulho às vezes também se perfaz na falsidade, sem intenções óbvias,
sem rumo certo.
A intenção de fato, quase não leva a nada.
Fazer, leva a algum lugar.
Ambicionar o possível é menos doloso.
Sonhar então maravilhoso.
Acordar transcendental. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

"As Núpcias da Virgem" (Sannio)

"Eu não sou besta pra tirar onda de herói
 Sou vacinado, eu sou cowboy
 Cowboy fora da lei
 O Durango Kid  só existe no gibi
 E quem quiser que fique aqui
 Entrar pra história é com vocês"

(Cowboy Fora da Lei) Raul Seixas


As núpcias de uma virgem, com certeza vem a ser um momento único.
Contudo desnecessário. Ou possa ser até prejudicial a pobre.
Com tanta falta de experiência, vá saber se a mesma é apta ao cargo
de esposa. Ela pode não saber cozinhar também.
O padrão, não é exatamente um ponto de partida, mas necessariamente
é um ponto de fuga.
Uma crítica, nem sempre vem acompanhada de um dedo em riste.
Ou de lábios retorcidos, pós conceito.
O que seria da arte e dos artistas, se não houvesse atitudes inspiradas por
"atos hediondos"? (Cof! Cof! Cof!)
E que final tiveram as famílias vitimadas por Che? Ou, as famílias vitimadas
pelo falso terrorismo?
A revolução pede passagem, mas cobra a sua dívida em sangue.
Se você quer tomar o poder: "Boa Sorte".
Quando estiver lá em cima, em nada irá se diferenciar de qualquer outro
ditador.
O poder não nasceu para ser trocado, se você o abraçar não haverá volta.
Um aperto de mãos no final. Uma laranja mecânica que cheira
a presunto. Esse é o seu fim. O seu glorioso manifesto.
Poder para o povo? Não existem tantas cadeiras.
Pena a sua vida ser tão sem propósito. Julga estar lutando por uma causa nobre.
É bonito até. Agora, e se lhe oferecerem uma boa grana, para você desistir de
suas metas ordenadas(suponho que estejam ordenadas)em parte sem sentido, o que você faria?
Sim, sem sentido.
Você vai criar outra espécie de escambo, que não o dinheiro?
Vai terminar com o mercantilismo petrolífero?
Vai arrancar o preconceito do cérebro das pessoas?
Ah...Não vai. Está só fazendo a sua parte. Humm...
Eu já lhe desejei boa sorte?



sexta-feira, 28 de junho de 2013

"O Rock Acabou" (Sannio)

"Esta tudo bem , acho que sempre foi assim
 Nada pra sentir, espero outro dia vir
 Eu quero te ligar, eu quero algo pra beber
 Algo pra encher, algo que me faça acreditar"

"O Rock Acabou" - Moptop

Os helicópteros sobrevoam os prédios, tal moscas na imundície,
meus melhores anos são esses, dane-se a minha velhice.
Não quero que a minha menina tenha forma de pin-up,
mas o desodorante que eu uso, tem cheiro de chocolate.
Eu ouço às músicas nacionais, em formato estrangeiro.
Não como nos fast food famosos, nem bebo cerveja em puteiro.
Defendo a liberdade, esperando me vender por alguma fama subordinada.
Feito qualquer classe de sub-letrado, maior abandonado que não assiste tevê.
Meu verso é o reverso dos comércios assaltados, meu protesto sou
eu por inteiro.
E eu troco mudar o mundo, por um prato de dinheiro.
Não reajo aos padrões, minha histeria grita em silêncio.
Não que eu tenha medo, o ser humano é contraditório, não dá para ser
sempre o exemplo, seguindo sempre o mesmo horário.
Nego desde o início, parecendo fútil aos olhos da coruja, ao inimigo oculto,
paranoico, dissoluto.
O caos lá fora não mudou a minha vida, eu não precisava de uma razão
para existir, parecer bonito, politizado.
Eu já manifesto desde feto, se chorei foi por distúrbio, eu preferia meu mundo
molhado ao falso mundo correto.
Eu não sou um líder, sou só alguém em crise mundial, tão fácil de acreditar,
na manufaturada arte de achar, que hipocrisia é roubar.

sábado, 22 de junho de 2013

"O Princípio Criativo ou Desculpe Babe" (Sannio)

O princípio criativo. Não como definição. Nem ao menos como significado. Apenas principado.
Príncipe. Princípio.
Artigo ao anteceder, para melhor identificar o ser.
Identificar o criativo. Já de início, ou princípio.
Criativo. Cria do ativismo, imaginado, sem contra indicação, religião, ordem, nexo,
sem sexo e embutido.
Criativo. Mentalizado, muitas vezes baseado. É filho sem mãe, "musado". Do coito,
apenas idealizado.
Sem dó das mãos, calo por calo, negando o calar. Por certo, evitando o dom de criar.
Mãos que misturam-se as tintas, aos papéis, as teclas, as telas, as tetas, às acetas.
Sem direção, ou tempo. Semanas, dias,  meses.
Uma, duas, treze.
Chuto uma lata na rua, na esperança que não "vo(l)te". Não sirva ela de consorte.
Enquanto lhe entrego, minha cabeça em uma bandeja.
Sou tantas vezes educado, como são os bons psicóticos calados.
Não manifesto o óbvio. Tento não ser obsoleto.
Não! Tenho no simples suspirar, o ensejo.
Meu desejo ardente, não veio do fogo. Não é feito de gente.
Sou indolente, descrente.
Me reinvento todos os dias, na minha fé não prostrada, de pé encarnada.
Deixo que o corpo trabalhe.
Ante socializo a necessidade humana. Me auto promovo, me aflijo, me socorro.
Como das migalhas, dos biscoitos em partículas, das gatas, das milícias.
"Canalheio" o romantismo, e aos relacionamentos não me animo, me ensino,
me reeduco.
Me esqueço, me esquecem, me mudo.
Temo a ciência, a indiferença, a falsa inocência.
Nego o consolo, me delicio no fel do abandono.
Desenho, escrevo, me reinvento.
Abandono o casulo.
Em quatro, três, dois, um...
Nulo.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

"Tempo" (Sannio)

Na minha frente, os anos se confundem: 1964, 1984, 1992,
2013...
Vejo o meu país em um caldeirão.
E o mundo em uma fornalha.
E por um tempo, as causas individuais se misturam, se esquecem.
Será mesmo?
O ego, toma tantas formas diferentes, que às vezes, fica difícil identifica-lo.
Não vou ser hipócrita(nesta questão ao menos), tenho meus assuntos pessoais para resolver.
Apoio, todo tipo de manifestação e protesto pacífico. Mas não voltarei "a passeata".
Talvez eu mude de ideia, nada é definitivo afinal(quiça, mudança de sexo).
"No mais, estou indo embora...", feito a música do Zé Ramalho.
Do que eu estou "falando"?
De tudo que acontece, longe do meu próprio umbigo, eu diria.
Estou muito orgulhoso, dos que sabem o verdadeiro papel de ser um cidadão.
E apenas deles, talvez.
Em busca da minha auto satisfação, volto a cuidar de mim.
E estou pouco me lixando, com a concordância alheia.
Eu preciso!
Assim, como o país e o mundo, precisa de pessoas que saibam e protestem
os seus direitos.
Não vou usar mais, de uma bandeira, para me proteger do frio.
Vou sair na ventania, de peito aberto.



sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Urbana" (Sannio)

6,66 R$.
Foi o custo da compra que eu fiz, no mercado do esquilo alegre.
Um pão de sete garotos e quatro linguiças calabresas, de pelo menos três animais diferentes.
Pode pesquisar:
*Um pão de manteiga(marca óbvia,vide tradução);
*Um pacote fechado a vácuo, de linguiças "fininhas"(da marca mais barata).
Seis reais e sessenta e seis centavos, e um olhar misterioso da balconista balzaquiana. Tão pouco atraente, que facilmente me fez olhar para a balconista às minhas costas. Sem antes responde-la, com um olhar igualmente misterioso(satânico{?}irônico).
Sobre a balconista às minhas costas. Beleza nórdica "Caco Antibeana", vinte e poucos anos(bem mais o meu tipo).
Já tão nova, destruindo aos poucos seus sonhos libertários e socialistas.
Apenas mais uma peça, na máquina dos tempos modernos, enigmática e inutilmente bela.
Um passar de olhos levianos sob as cervejas e os vinhos.
Os preços nas etiquetas, volta aos graus e a graça, a pintura "dark emo", nos olhos da balconista. À lápis preto.
Lápis preto, das poesias que confesso abandonadas, pela destra arquiteta, ociosa entediada.
Mão direita que conta com o braço direito, que sou eu mesmo, igualmente e frequentemente entediado.
Sede obsessa por cerveja que vai da boca aos cantos dos olhos e por entre as prateleiras. Na estranha, hiperativa e auto-destrutiva, psicológica atração.
Noite sem promessas, uma Cidade Baixa na altura do colarinho. Algum gemido no escuro, quem sabe?
Guerra civil mais ao centro, feito: "Aventura & Ficção"(HQ).
Páginas amarelas de uma estória antiga, contada incessantemente pelos donos das histórias com agá(H).
Bob Marley se referindo a "Eles", John Kennedy com um discurso relativamente famoso, contra às sociedades secretas.
E você pagando o que paga pelo transporte público, esperando que exploda a bomba bem longe de você.
Não enquanto existirem bancos e banqueiros meu amigo, pois as suas intenções, cheiram a napalm.
Ps: Feliz Copa do Mundo!






quarta-feira, 12 de junho de 2013

"Where Did You Sleep Last Night" (Sannio)

Não fui eu quem pintou O Jesus de loiro, nem escolhi as datas apropriadas para Ele, coincidentes com os solstícios da lua.
Nada há mais a ser dito. Apenas espera.
Não há conselho, nem experiência a ser contada.
E eu tento melhorar meu vocábulo, mas acho os palavrões tão charmosos.
A grosseria irônica é do que eu mais gosto.
Pessoas nascem, crescem, sedam-se, consomem, se reproduzem, espiam-se, lamentam-se, suplicam e morrem.
Ainda acho menos antipático, o meu egoísmo volátil, ao consumismo estúpido e a necessidade de ser aceito 
desenfreada e criadora de adeptos, cada vez mais artificiais.
ÚLTIMAS PROFECIAS, PARA OS ANOS VINDOUROS: 
O mundo irá curvar-se ao comunismo e ao pretenso socialismo(o mundo capitalista, este mundo).
O príncipe torna-se-a rei(aonde o inglês é melhor pronunciado).
A igreja cairá, e então surgirá uma nova religião(como se precisássemos). 
Para mim parece óbvio, para outros paranoia, pode ser deboche, talvez.
Hoje em particular, saio do laço que aperta o meu pescoço e canto em dialeto próprio:
"Where Did You Sleep Last Night" do Nirvana.
Lambo às feridas e procuro da forma mais pedante por atenção.
Superficial como um arranhão, comungamos.
Buscando por algum sentido.





domingo, 26 de maio de 2013

"O Fim" (Sannio)

A vida não foi feita de adeus.
A vida foi feita de "até logos".
Alongar-me sobre, só provaria a minha arrogância.
Tentar explicar ou embutir dados, desnudaria a minha petulância.
E acabaria por fim, atingindo fatalmente a minha ignorância.
Breve adeus, pois nunca houve adeus de verdade.
E para a carne, nunca é bem possível.
Até logo, apenas.
Pois nos veremos.
Você querendo ou não.




terça-feira, 14 de maio de 2013

"Greenbird" (Sannio)

Deixa eu andar pelas ruas da minha cidade em paz e não precisar de pás, para juntar a sujeira que se espalhou.
Deixa eu pisar no cocô e achar que é sorte, dos cachorros que se multiplicam, quando a solução dada e oferecida, não pode ser, só a morte. Juntamente, os cavalos que puxam as carroças. Quando na verdade são os burros que pagam, também por cada buraco e cada poça. E talvez se é que possa ironia parecer, mas não há motivo nenhum para troça.
Deixa eu chamar de lago, o que não é lagoa, laguna, para algum atoa aproveitar numa boa, o tempo de descanso.
Na pouca areia(em proporção), que restou. A carroça puxada por cavalos, paga pelos burros e orquestradas pelos porcos e gatunos furtarem o que sobrou.
Deixa eu pintar de verde a laguna, para disfarçar a cor escarlata do veneno, que me banho desde pequeno e que até hoje, pouco mudou.
Deixa eu avisar aos trabalhadores e operários que não é do interesse maior "deles" os defenderem.
Por que agora, com as suas promessas vexatórias, não foi uma chance de emprego que se apresentou, apenas o pus desta ferida aberta que se espalhou.
Deixa eu contar, que a saúde, que é bem primordial, apenas sente o mal e não o cura.
Por que o lixo, também junto ao lixo comum é despachado. E nos corredores empurrados sem dó e nem poderia. Há tempo organizar a bagunça, para o momento da fotografia.
Deixa eu contar que em seu solo envelhece, o mesmo ladrão e traficante que se conhece.
Por que os responsáveis míopes e caolhos, preferem comer do bolo da discrepância, ao dizer que agora se tem mais segurança.
Com a sua farta militância dos algozes de seus interesses.
E com isto, pretendem fazer de tolos, aqueles que ajudam a pagar a conta noturna de seus namoros.
Deixa eu contar, que até no balneário, que é tão bonito, e que se me sirvo dessa terra, também dele sou usuário. Pobre desolado, pois ao menos em uma vila, não dispõe esgoto sanitário.
Fico perplexo, com a influência política em várias vidas e pelas suas escolhas incoerentes, donde um responsável "por uma saúde", não é médico, quiça doente. Beija o rosto de quem engana e em suas asas a verdadeira benção é dada a um parente.
Texto ficcional e resumido, quisera fazer florido, de tantas cores aos esquecidos. Pois eu não sou vermelho, azul, verde, ou diferente. Eu sou, o que os comandantes desta terra de fábulas esqueceram: 
Eu sou gente!





terça-feira, 19 de março de 2013

"Perfect" (Sannio)

Esperei, por um tempo incontável que você visse em mim algum rosto familiar.
Alguma lembrança reprimida de outra ou desta vida.
Mas você preferiu ignorar, ou seguir o seu bom senso.
Sua intuição femina, sua intuição, seu destino, sua sina.
E eu, segui errante, como um lobo ferido.
Pobre dos melancólicos, que visualizam no futuro, o conhecido.
No esquecido nó de dores, que lhes perseguem e lhes maldizem.
Na corda a apertar suas gargantas.
Preferindo a maldição ao ostracismo.
Enquanto isto, é dado o mundo ao cínico, ao contador de mentira.
Amargo é o gosto da derrota inválida.
Cálida depressão da estagnação da alma.
Calma.
É o que me é pedido.
Implorar ao não aquecido.
A quem nunca sentiu algo notável de verdade.
Caído em vaidade, putrefado com o odor do teu perfume.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

"Maldito Ego" (Sannio)

Roubariam-me, além das vestes se pudessem.
Tirariam-me, até o sangue das veias se tivessem, por certo a chance.
Mudariam as minhas palavras, calariam a minha boca.
Sugariam incessantemente os meus sonhos.
E levariam por fim, minha esperança.
Talhariam minh'alma.
Quebrariam, minha liberdade.
Se me tirassem tudo.
E deixaria de ser, quem eu sou.
Lógico?
Não!
Sou quem sou, por força divina.
Por instinto, por genética.
Sou quem eu sou, por quem me rodeia.
Não somos nós, nada.
Se não, espelhos para nós mesmos.
Não somos um.
Somos um todo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

"I See A Darkness" (Sannio)

Sento no chão frio.
Próximo ao ventilador.
Rodam as pás.
O vento toca o meu rosto.
Meus olhos ardem , enquanto você reclama da solidão.
Seu estômago sente a falta da comida.
Meu telefone toca.
Eu não atendo.
Não tenho atendido muitos telefonemas.
Mesmo quando eles vem a tocar.
As garrafas brilham ao sol que se aproxima.
Também as latas vazias, nostálgicas dos seus dias felizes.
Mesmo, que eu nutra, um ódio aos regimes imperialistas e de direita.
Não posso negar, o prodígio de seus filhos.
Titula Johny Cash, a sua dor.
Enquanto eu sepulto a minha.
Caro amigo...
Eu já me senti, como você se sente agora.
Levanta o teu rosto.
O caminho, é este mesmo!