sexta-feira, 27 de abril de 2012

"Em Silêncio" (Sannio)

Chego às vezes achar, que eu estou sempre me despedindo.
Há sempre uma névoa melancólica sobre os meus pés.
E meu queixo angulando quase que perfeitamente com o meu nariz.
Nos graus da física, assim como os graus das bebidas.
E das saídas que me são fáceis.
Da embriaguês existencialista que me joga sobre as paredes.
Mesmo sóbrio.
Estou bêbado.
Embriagado por uma vida fútil. E profunda.
Escura como às lagrimas dos demônios.
Acenando, timidamente para os que estão por aqui, ainda.
Calado.
Apenas observando às suas crises.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Do Editor

Venho, com esse poema, sintetizar, toda a minha curta e recente obra.
E com ele despedir-me, prematuramente.
Para livre,"da rede", seguir outras linhas.
Espero que gostem, comentem e não o roubem.
"And did it my way"

Sannio da Rosa Cardoso
(Editoração e textos)

"Percevejo" 
 (Sannio)

Nunca mais hei de falar,
sobre as flores.
Que morram esquecidas,
como os meus amores.

E que os meus ardores,
não sejam eruditos.
Refinados ou bonitos.
Intrisecos, esquisitos.
Melancólicos e infinitos.

Oh,vazio de camomila!
De café e ervas finas.
Cheirando a mofo e naftalina.
Descolorindo com anilina
Os dentes brancos, a cocaína.

Em meu fasejo, de outros desejos.
No ensejo,
de um só beijo.
Que lhe mostrasse, meu caleijo.
Meu espírito de percevejo.
Voando abaixo de outra blusa.
À qual a cor
não mais se usa.
Deserta, pálida.
Em minhas asas.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Disorder" (Sannio)

Tudo é tão naturalmente conhecido.
E sei agora, que meus instintos, ainda estão ali:
Vivos!
Esperando por uma ordem que não virá.
Sentindo-me um líder perdido.
Comandado por um imcopetente, que usa meu nome.
Esbanja-se do meu corpo.
E sou eu.
Tenho medo que o futuro, seja apenas um refléxo do passado.
E ouço Joy Division.
Reformando o antigo.
De olhos acesos e vivos.
Estranhos e curiosos.
Nervosos e tardios.
Forçando uma atitude, que revolucione o meu dia.
Dê ordem "as coisas".
E nomes aos santos.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Chuva" (Sannio)

Por favor, não tentes partir esta noite.
Não tentes deixar a impressão que tu queres apenas atenção.
Tentes ao menos, não deixar tão óbvio.
Que o que verdadeiramente a move, é apenas teu ego.
Teus suicídios idealizados que servem apenas para amenizar tua apatia.
Tua amostra de dor em tua distância.
Tua falta de afeto, com quem ousa lhe ter carinho.
Teu sorriso irônico, diurno.
Tua embriaguês, noturna.
Tua soturna presença.
E tua presença na segunda pessoa.
Tua morte.
Em teus sonhos.
E teu despertar lento.
Na corda que deixastes em meu pescoço.