sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"Epifania De Uma Tarde Fria" (Sannio)

Faz tempo que não faz frio
Frio de amargar o sapo
De congelar o prato
De deitar no chão
Faz tempo que não faz frio
Frio de dormir abraçado
De puxar o braço
Faz tempo que não deixo mais
De falar bobagens
De acabar com a tarde
De consumir a noite
De deitar no chão
Faz tempo que não faz frio
De congelar o sapo
De amargar o prato
De puxar o braço
De falar bobagens
De deitar no chão


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"Adeus Bêbado!" (Sannio)

Sei que levarás, muitas das minhas inspirações contigo.
Mas, adeus bêbado!
Adeus amigo!
Adeus sombra, que se alimenta dos meus fracassos.
Adeus cadarços.
Sujos e pisoteados.
Dos calçados não lavados.
Pobre diabo, relaxado!
Adeus, dor de garganta e sangria.
Adeus, angústia e anistia.
Adeus, meus passos
de todos os dias.
Adeus bêbado!
Adeus!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Vinho Tinto & Lourival" (Sannio)

Vinho tinto e "Lourival".
E talvez, uma música de fundo banal.
Algo que faça rima fácil, com "Sonrisal".
Visto, que eu amanhã precise.
Perco a ressaca, o sono, a hora do ônibus.
O senso de humor.
As estribeiras.
A palavra certa, o momento certo.
A piada, da risada curta.
Perco o medo.
O respeito.
A fila do banheiro.
O dinheiro.
O chuveiro.
O braço esquerdo.
A novela, o aconchego.
Perco a linha.
A vinha.
A nota.
Entro em crise.
Ascetílil Salicílico.
Ácido.
Nunca tomei.
Queima.
Queima.
Queima.
Já queimei.
Lourival.
Do resto...
Eu não sei.