terça-feira, 29 de abril de 2014

"FINE" (Sannio)

Todos possuem os seus dramas íntimos
Suas drogas de vida
Lícitas ou ilícitas
Para o equilíbrio ou para o completo oposto
Os melancólicos erguem os copos
Lembram das perdas
Lembram dos corpos
Os lascivos
Caçam em frenesi
Para anestesiar o corpo
Com outros moribundos da alma
E todos nos encontramos
ombro a ombro
Por ruas infestadas de pessoas
As carruagens de ferro transitam
com seus vermes a dirigir
A parasitar
Espalham-se os resfriados
nos espirros cuspidos
Quando dormes
Descansas
Atravessa a realidade imposta
Sonha
Ao acordar, percebe o abandono
Todos eles, invadindo os seus poros
O homem a se tornar barata
Sem asas
Dependendo sempre do outro
Coletivo
Para o uso
E de tanto usado
De vez
Se retira
Sem pólvora
Sem notas
Invisível 


segunda-feira, 28 de abril de 2014

"Perdas E Enganos" (Sannio)

Perdi os meus óculos
Há onze anos atrás
Desde lá, enxergo sem lentes
Não há filtro, ou sublimação
É o bruto
Sou bruto às vezes
Às vezes, por judiação
Com o tempo
Você conhece, os quatro sofrimentos budistas
Nascimento, doença, envelhecimento e morte
E você aprende a perder
Perder tempo, saúde, beleza, pessoas
"Pessoas", no plural
Um dia, você irá partir
E você verá, outros partirem, antes de você
Essa é a vida
Sofrimento
Você não é tão importante, afinal
Afinal, por que viemos?
Cada um, com o seu motivo
E quando a sua motivação é dinheiro
Alguns, lembram da humanidade
A humanidade, é o sem teto
Desviado, pelos seus passos rápidos
Rapidamente
Você também estará deitado
Em um piso gelado
E desconsolador
Aproveite o tempo
A ampulheta está contando
Tenha a sua meta
E de vez em quando
Saiba, também
Mandar: O mundo a merda
O mundo não é perfeito
Ninguém é
Eternidade é ser lembrado
E é bom, saber isto
"Isso"
Não estamos, assim
Tão distantes

http://www.youtube.com/watch?v=TPKfefdto-8 


sábado, 26 de abril de 2014

Sem Título (Sannio)

Tenho um certo "problema"
Não sei ser subjugado
Não aceito às respostas ditas óbvias
ditadas pelos outros
Não saberia lamber às botas de alguém
Ou abanar o rabo
E é por isto que estou nesta condição: 
Humana
Ouço os ecos dos idiotas
 a repetirem os vaidosos
Não acho isto ruim
Acho péssimo, mesmo
Parece arrogância
Talvez seja
Mas, para tentar me comandar
Tem de possuir controle
E este
Sempre esteve
nas minhas mãos

terça-feira, 22 de abril de 2014

"Red Bull & Guaraná" (Sannio)

Há algo estranho na sobriedade
Você percebe às linhas do seu rosto
com uma maior atenção
E mesmo o seu provocar de risos 
Já não trás tanta graça
A vida segue
E mesmo assim, você se embaraça
Se esquece
E a quem bem merece, 
se aproxima
Troca a rima
Em vez dos passos
Troca a sina
Em vez do laços
Um dia eu aprendo
a dar o nó na gravata
A ser mais gentil
Com quem me dá carinho
A independer o meu peito
a ser tão sozinho
Sim...
O mundo é um moinho!
E é por bem 
que torno o meu discurso enfático
Já não mais,
tão dramático
Meu foco agora é outro
São os outros
E não sou mais eu
Bom, talvez

mais um pouco
É difícil ficar de lado
Esgueirando-se a nulidade
Tenho identidade
E ainda que renovada
A vida é minha
Do resto
Eu não sei,
 mais nada








quinta-feira, 17 de abril de 2014

"Aqui!" (Sannio)

Tudo parece estar indo bem
Só faltou você
E sem você
aqui
Tenho ganas
de sumir
Sem você 
dói 
tanto
existir
E porque chorar?
Ou mesmo sorrir?
Pra onde ir,
sem ser feliz?

Ao menos um
 de nós dois
precisa saber
que eu não sei dizer
o que eu quero 
e o porque
E se me calo
É sem querer 
Tenho medo
de esquecer
sem você
Saber
viver

E não me importa
todos os acenos
São tão pequenos
E todas as rosas no portão
Com você
elas são distantes 
e permanecem no chão
Mesmo agora
Sem o seu abrigo
Eu apenas digo:
 Não!

Finalmente eu encontrei 
o meu lugar
E eu sou alguém
quando me fazes par
Se não cito o seu nome
É pra não te expor
E assim eu não me vou
Até ouvir você dizer:
"Basta!
Eu não quero mais saber
de você aqui
Pobre infeliz
E não me importa 
se foi difícil pra você dormir
Sem mim aí
E sem você 
aqui
Sem você 
aqui
Sem você aqui
Aqui!"









quarta-feira, 16 de abril de 2014

"John and Paul" (Sannio)

Talvez não houvesse, realmente, uma necessidade do texto
Atesto, que depende muito do contesto
Aplicado
Mesmo agora, no presente
Já esquecido o ausente
Torne, de vez a passado
Como um homem esforçado, que vez ou outra
Perde um, ou dois trocados
Por um bocado de sua referenda atenção
Traço este bilhete
Embora, não o aceite
Ou o veja, com certo deleite
Já, agora, com os nervos em dia
A quem passe pelo Sr.
E mesmo hoje,
receba um: "Bom dia!"
Voltando às linhas que traço
Pretendo não lhe causar, grande embaraço
Como já disse, lá no começo
Depende muito do contesto
Preciso espremer,
feito espinha
Antes que torne a tubérculo
Brinco com as palavras,
troco o sentido
Leia apenas, eu observo
Estranho o seu sentimento
Toda agonia que elimina
Ganha prosa brusca
Complementada com vagina
É quase infantil
o seu desespero em abandono
Sua busca de atenção
Agora escrita, em forma imperativa
Lembra-me  uma senhora, de poesia barata
A qual, muito me aborrece
Com as suas leis explicativas
Tardiamente percebo, que ganha herdeiros
E o nome, da referida jornalista
Por ventura, oculta
Rima, perfeitamente, com "dinheiros"
Estranho, que com a minha pessoa se indigne
Por conta, dos erros dos outros
Para que não haja, dívida entre nós
Cá está, o seu troco
Talvez, afastar-se, faça-se, fácil
E eu, de pronto, concordo
Mas não se preocupe
Dos seus segredos, pouco recordo
Só escrevi isto,
para que lembre
O quanto eu sou astuto
E o tanto,
que o Sr., 
comigo,
foi injusto