segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"Você Gosta De Mim Agora?" (Sannio)

Permitam que eu me apresente.
Eu sou a voz consciente do mundo, em meio a um caos de idéias.
Sou aquele que atravessou a ponte, da capital imaginária à utópica "ilha".
Nunca ganhei nada, com a política.
Mas creio, que em um futuro próximo, possa perder, o pouco já conquistado.
Somos brasileiros.
Somos os que preferiram, vidro a ouro.
Mas já evoluímos.
Eu já evolui...
Passei, da nudez, às roupas.
E delas me desfiz, em tantos lençóis.
Que não fosse, meu destino repleto de ocasionais sortilégios.
Poderia, bem estar, prematuramente às portas da morte.
Perambulo pelo submundo, com a mesma naturalidade, que chacoalho, o membro flácido,
enquanto urino.
Sou "Peter Pan", recém saído da puberdade.
Mas não tenho irresponsabilidade, com os que de alguma forma dependam de mim.
Ou mesmo, com os meus(minhas), "cativos(as)-afetivos(as)".
Não recaíria a loucura(novamente).
Mas extirparei, qualquer espécie de insanidade, contra mim e os meus protegidos.
Eu sou, Sannio da Rosa Cardoso.
E não quero que você goste de mim!
E mesmo assim:
- Você gosta de mim agora?

domingo, 9 de dezembro de 2012

"Silêncio" (Sannio)

Silêncio.
Água doce, que reflete o sol inverso.
Nas duas pontas,
nas duas pontes.
Que parece que foi ontem.
Gemido.
Sem dor aparente,
que apenas se sente.
Um desenho,
feito por um bêbado,
que acordou cedo.
Passeou com o cachorro,
dormiu de novo.
Embriagou-se,
viajou
e partiu.
Mais um latido,
não foi ouvido.
Silêncio.

sábado, 8 de dezembro de 2012

" The Great Escape" (Sannio)

Auto-estima.
Queria que você tivesse, só um pouco mais.
Então você, não precisaria usar as pessoas.
Eu sei que você faz isso, a maior parte das vezes, inconscientemente.
Que no fundo, você se sente pequena.
E que busca atenção e aprovação. Para suprir isto que você chama de "vazio".
Que é apenas reflexo, da sua baixa auto-estima.
Não considero, você vítima do meio.
A gente é, quem a gente quer ser.
Eu não preciso, escrever palavras no meu corpo para me lembrar do significado delas.
Eu sei muito bem, o que elas significam.
E conheço melhor ainda os seu princípios(e os meus).
Se lhe criticam, é por que  lhe nutrem inveja.
Você não precisa se envolver com pessoas, que você julga inferiores, ou "coitadinhas", só pra se sentir melhor.
Nunca lhe achei melhor ou pior que alguém.
Nunca lhe diferenciei.
Sei que você é alguém de valor.
Sei mesmo.
Pena, que você se venda tão barato.
Eu não preciso ouvir, ou ler, todo dia que eu sou bonito.
Eu tenho espelho em casa.
E eu tô escrevendo isto, não pra te machucar.
Eu estou escrevendo isto, na esperança que você acorde.
Não pense, que as pessoas não cansam.
Só acredito piamente, que um dia, você usará, o seu potencial a seu favor.
Então mostrará, realmente o seu rosto.
Por que hoje em dia, minha querida, você só busca, auto-destruição.
Lembre do Deus que lhe apresentaram, quando era pequena.
Aquela pequena e linda menina.
Peço a Deus, que um dia você a liberte.



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"Depois Do Furacão" (Sannio)

Não espere por ninguém.
Você tem a tarde inteira.
Para cuidar da sua vida.
Não espere que alguém lhe diga,
o que é melhor pra você.
Você está cansada de saber.
Assim como eu, estou cansado esperar.
Então apenas siga o seu coração.
E não esqueça que neste caminho, que é único.
Todos estarão aqui quando você voltar.
Já estou de pé de novo.
Não posso desistir.
E com alguma sorte.
Nos veremos no final.





sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"Epifania De Uma Tarde Fria" (Sannio)

Faz tempo que não faz frio
Frio de amargar o sapo
De congelar o prato
De deitar no chão
Faz tempo que não faz frio
Frio de dormir abraçado
De puxar o braço
Faz tempo que não deixo mais
De falar bobagens
De acabar com a tarde
De consumir a noite
De deitar no chão
Faz tempo que não faz frio
De congelar o sapo
De amargar o prato
De puxar o braço
De falar bobagens
De deitar no chão


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"Adeus Bêbado!" (Sannio)

Sei que levarás, muitas das minhas inspirações contigo.
Mas, adeus bêbado!
Adeus amigo!
Adeus sombra, que se alimenta dos meus fracassos.
Adeus cadarços.
Sujos e pisoteados.
Dos calçados não lavados.
Pobre diabo, relaxado!
Adeus, dor de garganta e sangria.
Adeus, angústia e anistia.
Adeus, meus passos
de todos os dias.
Adeus bêbado!
Adeus!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Vinho Tinto & Lourival" (Sannio)

Vinho tinto e "Lourival".
E talvez, uma música de fundo banal.
Algo que faça rima fácil, com "Sonrisal".
Visto, que eu amanhã precise.
Perco a ressaca, o sono, a hora do ônibus.
O senso de humor.
As estribeiras.
A palavra certa, o momento certo.
A piada, da risada curta.
Perco o medo.
O respeito.
A fila do banheiro.
O dinheiro.
O chuveiro.
O braço esquerdo.
A novela, o aconchego.
Perco a linha.
A vinha.
A nota.
Entro em crise.
Ascetílil Salicílico.
Ácido.
Nunca tomei.
Queima.
Queima.
Queima.
Já queimei.
Lourival.
Do resto...
Eu não sei.

domingo, 21 de outubro de 2012

"Quase Novembro" (Sannio)

Não encherei, meus bolsos de pedras e me jogarei no rio.
Aonde eu moro não tem rio.
E a única voz, que eu realmente escuto, continua sendo a minha.
Uma fase de super-homem, depois de uma fase de super-merda.
Não tenho bilhetes de despedidas para deixar.
Nem para quem deixá-los.
Sou ingrato com o mundo, nesse desabafo cheio de paradóxos, metáforas e epifanias.
Ainda sinto  a voracidade da vida em minhas veias.
E é o que me mantém aqui.
Esta não é uma despedida.
Nem realmente a minha vida.
Chamarei de "querida", todas as horas a me darem conforto.
Ouço agora,"Teatro dos Vampiros", enquanto repousa em meu peito um livro da Virgínia Woolf.
"E mesmo assim, não tenho pena de ninguém..."


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Um Sonho Qualquer" (Sannio)

Sentado vi você se aproximar.
E você se sentou tão próxima.
Como costumava fazer antes.
Apesar, de tudo agora ter mudado.
Seu cumprimento rápido.
Meu ardil infeliz, na tentativa infantil de acariciar sua nuca por um instante.
- Oi tudo bem? - disse ela.
- Tudo. Tudo bem, né? - Respondi eu. 
E me calei praguejando contra mim mesmo.
"Idiota!"
Eu tomava água.
Ela nada.
A mesma blusa laranja.
Eu, a mesma  camiseta preta.
E não vi brilho em seus cachos. Todos ordenados(ou quase todos).
Presos em um coque.
"Gostava de ve-los soltos. A sós..."
Brinquei sobre a água ser cachaça.
Só pra ver um sorriso.
Ouvir uma risada curta.
Ser pedante.
E tentar não ser notado por isto.
De todas as minhas tentativas frustradas.
A pior delas foi querer mostrar indiferença.
Como se fosse possível.
Enganava a quem, afinal?
Mas habilmente, mostrei ao menos dignidade.
"Já era um começo!"
Seus olhos percorriam o meu rosto e a minha cabeça, como um parasita sanguinário, acostumado ao hospedeiro.
Conseguia enfim, atenção .
Uma atenção silenciosa e analítica.
E a beleza, sempre guardada para as despedidas.
Foi melancólica e afetuosa. 
Quase familiar:
- Fica com Deus! - ela disse.
De que me adiantava ficar com Ele.
Se em minha cama, já não dormiam mais os anjos.


 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"Em Tapes" (Sannio)

A laguna reflete as estrelas, com um brilho ímpar.
Criam apelidos jocozos entre as figueiras.
Deuses momentâneos se levantam.
Aonde a idolatria, já não ouve mais as orações,
dos que se curvavam as imagens dos santos.
A quem Roma manchou com sangue as vestes.
E corrempe ainda hoje os simplórios da fé.
Lugar aonde a inteligência se torna ameaça.
"Se eu gostasse de gaiola, eu nascia passarinho!"
É a visão do oprimido.
Dos noveleiros e fanáticos.
E a arte tenta manchar com seu pus,
o espírito operário.
Criem asas formigas!
Não seriam esmagadas ou queimadas ao sol,
se soubessem realmente do poder que possuem.
Ideologia é liberdade.
Utopia é libertar-nos.
Assassinem o seu buda.
Seja o seu próprio mestre,
Coberto de humildade na sombra,
do que flameja
a liberdade.
Em uma nova idéia.
Um tempo novo.
O capitalismo nos joga para longe de Tapes.
E somos índios longe da praia.
Gritando!




sábado, 29 de setembro de 2012

"Em Porto Alegre" (Sannio)

Em Porto Alegre, vivo a vida por um novo prisma.
Uma visita curta, que me dá saída.
Da início e meio.
E amanhece com sono de ontem.
Possibilita o hoje.
Com eufemismo e subjetividade demais.
Talvez me falte um pouco de realidade.
Mas eu vivo o meu sonho, não o de outrem.
Talvez...talvez esteja agora, voltando a mim mesmo.
Diferente e rijo.
Alguém que o cinismo tocou por defesa.
E a verdade beijou os lábios.
Pouco sei do futuro.
E este universo em movimento,
minha Porto Alegre.
Chora minha despedida
e ainda arreganha suas pernas
ao meu assovio.
Querida mãe e amante.
Querido berço, caminho para ti,
quando meu outro mundo me sufoca.
Me lembras sorrindo,
que tudo é transitório.
E que por hora, basta
eu conhecer o barulho de suas ruas
E a batida que ele provoca
em meu tôrpe coração.

sábado, 11 de agosto de 2012

"Meu Jardim" (Sannio)

Minha sinceridade obsessa.
Masoquista em inércia
Se faz tarde e recomeça
Sonolenta desconversa
Uma honestidade tardia
Que anseia em agonia
Viajar sem os trilhos
E envelhecer com os seus enganos.


sábado, 4 de agosto de 2012

"Quando As Ruas Cheiram A Café"

"it's a new dawn
 it's a new day
 it's a new life
 For me
 And I'm feeling good"

"Feeling Good"
 (Nina Simone)

Meu nariz coça, a sua coçeira de renite.
E eu estou bem, acredite.
Tenho vontade de lhe escrever, mas você já sabe como é.
Eu lembrei e é o bastante.
Não é mesmo?
E mesmo assim, ideológica figura.
É pra você que abro o zíper.
Que atiro o cinto longe.
Que sou gentil e atrevido.
Esteja segura.
Você pode me falar obcenidades se quiser.
Eu conheço você.
Eu sei quem você é.
Eu só não conheço o seu gosto.
Mas tem cheiro bom.
Hmmm...guria, tem cheiro bom!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

"Beleza" (Sannio)

Dedicarme-ia somente a arte.
Não fôsse a arte, fruto da beleza.
E a beleza, imcomparável.
A tudo se compara.
Reside ou se abstém.
Se contadiz e se desdém.
Vaidosamente torna-se leve.
Para pesar na angústia, de quem a deseja.
Não há grandes revelações a serem feitas sobre a beleza.
Ela é tudo, o que você acredita provir de si.
Ela é o seu Deus.
Em mandamentos não genocidas.
Ela é a canção que você ouve.
Quando lhe toca.
Beleza é a filha da vaidade.
Mãe da arte.
Avó dos artistas, dos poetas.
Dos egoístas, dos narcisistas.
Dos sonhadores, dos lunáticos.
Beleza é enfim, não encontrar no próprio refléxo.
Absoluto conforto.

terça-feira, 3 de julho de 2012

"Tolice Sua" (Sannio)

Tolice sua, achar que tudo o que eu faço, necessita de sua aprovação.
Tolice sua, ser tão gentil, quando estou com raiva.
Tolice sua, me ignorar.
Eu realmente, não me importo.
Tolice sua, intitular-se, "verão".
É inverno!
E meninos não choram.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

"Sem Anjos No Céu" (Sannio)

Eu já assisti esta novela.
Por favor, troque de canal.
Meus olhos, já não vêem mais graça.
Na sua falta de bom senso.
Nas suas memórias íntimas.
Nas suas confissões distorcidas.
Tudo que você já viveu, eu já conheço.
E sua vida é um caos.
Não, não é o seu novo começo.
Não é nada.
Você é teimosa demais para perceber.
E isto me irrita...profundamente.
Deixe meu ombro em paz.
Preciso abrir minhas asas, novamente.
Não que eu me lamente.
Sou ausente.
Não estou.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"Um Poema" (Sannio)

Tenho medo dos abraços.
Prefiro os beijos sinceros.
Os suspiros honestos.
Ao passo, que a a verdade se desmantela nos braços.
No gemido molhado.
Seco.
Sovado.
Gozado na madrugada.
Tenho dó, das paixões que se apagam, rápidas.
Parcas.
Rasas.
E indo embora, ao amanhecer.

terça-feira, 5 de junho de 2012

"Lobisomem" (Sannio)

As noites empilham-se, nas horas mortas.
Os rostos conhecidos, se reconhecem.
E eu tento esquecer, sem sucesso.
O porque, do meu regresso.
Em acesso.
Me torno inacessível.
Inaudível.
Lírico,eufêmico, folclórico.
Desafinado em desafeto.
Tenho ganas de partir.
E que meu rumo, brilhe na ponta de meus dedos.
Que meus medos se enterrem.
Que me errem.
Em meu erro.
Meu acerto sorridente.
Sorrateiro.
De frente, sou eu no espelho.
Sedento.
Sem tempo.
Em seu leito.
Nos seus sonhos.
Um lobo.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Pó" (Sannio)

Pássaros sombrios,
negras porções de desespero
Pêndulos em galhos secos
Buracos
Covas
Velas
Mãos
Anéis
Falar
Medo
Você
Partir
Nuvem
Sina misteriosa
Solidão.

sábado, 12 de maio de 2012

"You Never Wash Up After Yourself. Aquela do Radiohead..." (Sannio)

O café esfriou.
No mínimo, há um ano.
Uma criança, conversa com a avó.
A mulher, limpa o rosto das lágrimas.
O homem olha para a praia.
Os pombos voam.
Um gato adormece.
O mendigo sorri.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

"O Vilão" (Sannio)

Eu devo ser o vilão.
Clássicamente, os cabeçudos o são.
E o mundo é ficção.
Tudo pode ser, só imaginação.
E não há ação, sem pensamento.
Sem lamento da reação.
Sem verso na contramão.
Eu devo ser o vilão.
Vil figura na escuridão.
Na tez, amargura de solidão.
E nos olhos a brancura,
de uma doce paixão.
Corrosivo detentor do coração.
Sanguínea espécime em deterioração.
Eu devo ser o vilão.
E você aí, tão calado.
Cínico e abobalhado.
Traído e acostumado.
Descomprometido e desinteressado.
Me responderia,
se não estivesse amordaçado?

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Local de Nascimento" (Sannio)

"Azul, vermelho
Pelo espelho
A vida vai passar
E o tempo está no pensamento."

"O Amanhã Colorido"
(Pouca Vogal)

Lembro dos ônibus cheios.
Apoéticos.
Sintéticos mecanismos de plurarização.
Lembro dos mendigos deitados no chão.
Mesmo verticais, permanecem horizontais à sociedade.
Lembro dos sonhos esquecidos.
Perdidos em minhas revoltas.
Em meu instável sentimento de individualidade.
Lembro da carência.
Das coinscidências.
Das circunstâncias.
Das danças.
Saudade das pessoas acotoveladas.
Em minha admiração jaz velada.
Saudade do cantinho de calçada.
Do beco atrás da rua.
Dos amigos que moram longe.
Das quase amizades.
Saudade das meninas.
Sempre tão jovens.
E eu, vez por cima.
Outras por baixo.
E cá, cabisbaixo.
Lembro da metrópole.
Que me entorpeceu, me enlouqueceu.
E por fim, me cativou.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

"Queria Dizer Que Me Importo" (Sannio)

Logo findarão, meus dias de férias.
E terei novamente, que me render ao mecanismo capitalista.Já tão conhecido.
Me desfaleço na idéia, da quebra da espontâneidade.
Voltarei às velhas amarras.
Ao torcer de lábios alheios.
Às conveniências.
Às dependências dialéticas.
E serão, talvez os outros, o foco.
E eu voltarei ao canto escuro da sala.
Passarei óleo nas articulações.
E robotizarei minhas reações.
Não que o parasitismo constante de meus dias atuais.
Deixem saudades.
Não deixam.
De nada me adiantam estas migalhas atiradas em meu rosto.
Não muda em nada, o fato de vivermos, em função de um formigueiro estúpido.
Escravos de um sistema.
Que ilude o nosso espírito.
Com  ideais de utilidade.
"Hahaha..."
Poupem-me do sarcasmo capitalista.
Do terrorismo inventado.
Da mídia, falsa, gélida e dissimulada.
Deixem-me escarnecer das posturas metódicas, ordeiras e organizadas.
Só a vontade de cada indivíduo.
Conhece o que lhe é verdadeiro.
Não lhe atira em grupos pré escolhidos.
Não lhe usa.
Nem lhe joga fora.
Não basta a anarquia.
Crie e revolucione.
Destrua e transforme.
E talvez a tristeza.
Seja apenas inconformismo.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

"Artéria" (Sannio)

Meu mundo é a impressão que tens de mim.
Eu sem você, não existo.
Ao passo, que você sem mim, não é ninguém.
O que eu faço.
Você fica sabendo.
E está feito.
E todo o resto é fragmento.
Eu acordo lento.
Com medo da realidade vista por mim.
Quando me olhas.
Não sou tão feio assim.
A barba à ser ajeitada.
Amputada, navalhada.
E a preguiça atrás da porta.
Pode ser, que não volte.
Pode ser, que eu a expulse.
E depois tenha por ela repulsa.
E a expurgue, da minha vida.
Como outra que me olhava.
Acordo às dez.
Você já bem cedo.
Eu olho para o lado.
Não vejo ninguém.
Fecho então os olhos rapidamente.
E você está lá.
Que alívio!
Saber, que pelo menos um de nós está bem.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

"Em Silêncio" (Sannio)

Chego às vezes achar, que eu estou sempre me despedindo.
Há sempre uma névoa melancólica sobre os meus pés.
E meu queixo angulando quase que perfeitamente com o meu nariz.
Nos graus da física, assim como os graus das bebidas.
E das saídas que me são fáceis.
Da embriaguês existencialista que me joga sobre as paredes.
Mesmo sóbrio.
Estou bêbado.
Embriagado por uma vida fútil. E profunda.
Escura como às lagrimas dos demônios.
Acenando, timidamente para os que estão por aqui, ainda.
Calado.
Apenas observando às suas crises.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Do Editor

Venho, com esse poema, sintetizar, toda a minha curta e recente obra.
E com ele despedir-me, prematuramente.
Para livre,"da rede", seguir outras linhas.
Espero que gostem, comentem e não o roubem.
"And did it my way"

Sannio da Rosa Cardoso
(Editoração e textos)

"Percevejo" 
 (Sannio)

Nunca mais hei de falar,
sobre as flores.
Que morram esquecidas,
como os meus amores.

E que os meus ardores,
não sejam eruditos.
Refinados ou bonitos.
Intrisecos, esquisitos.
Melancólicos e infinitos.

Oh,vazio de camomila!
De café e ervas finas.
Cheirando a mofo e naftalina.
Descolorindo com anilina
Os dentes brancos, a cocaína.

Em meu fasejo, de outros desejos.
No ensejo,
de um só beijo.
Que lhe mostrasse, meu caleijo.
Meu espírito de percevejo.
Voando abaixo de outra blusa.
À qual a cor
não mais se usa.
Deserta, pálida.
Em minhas asas.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Disorder" (Sannio)

Tudo é tão naturalmente conhecido.
E sei agora, que meus instintos, ainda estão ali:
Vivos!
Esperando por uma ordem que não virá.
Sentindo-me um líder perdido.
Comandado por um imcopetente, que usa meu nome.
Esbanja-se do meu corpo.
E sou eu.
Tenho medo que o futuro, seja apenas um refléxo do passado.
E ouço Joy Division.
Reformando o antigo.
De olhos acesos e vivos.
Estranhos e curiosos.
Nervosos e tardios.
Forçando uma atitude, que revolucione o meu dia.
Dê ordem "as coisas".
E nomes aos santos.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Chuva" (Sannio)

Por favor, não tentes partir esta noite.
Não tentes deixar a impressão que tu queres apenas atenção.
Tentes ao menos, não deixar tão óbvio.
Que o que verdadeiramente a move, é apenas teu ego.
Teus suicídios idealizados que servem apenas para amenizar tua apatia.
Tua amostra de dor em tua distância.
Tua falta de afeto, com quem ousa lhe ter carinho.
Teu sorriso irônico, diurno.
Tua embriaguês, noturna.
Tua soturna presença.
E tua presença na segunda pessoa.
Tua morte.
Em teus sonhos.
E teu despertar lento.
Na corda que deixastes em meu pescoço.


quarta-feira, 28 de março de 2012

"Das Horas" (Sannio)

Eu não vi os anos consumirem, todos os meus sonhos.
Nem tampouco saberia conjugar "abandono".
Sou o dono do meu destino.
E meu tino, trouxe-me até aqui.
Não fui sábio, na maioria das minhas escolhas.
Nem prudente em meus desejos.
E com isso, tive medo e dessosego.
Desconjuro em destempero.
Desterreno o meu sustento.
Sendo do uivo, o meu lamento.
Remelento, desperto lento.
Por um momento transcendo.
Gemendo sereneio.
E anseio no teu seio.
A minha procura.

terça-feira, 27 de março de 2012

"Parece" (Sannio)

Parece você.
E para mim, serve a referência.
Parece que você, desconhece.
Mas parece.
As mesmas fraquezas.
Parecidas, não iguais, em beleza.
Na destreza.
Na frieza.
Parece você.
Para mim:
Parece!

sábado, 17 de março de 2012

"Uma Noite no Inferno, Uma Tarde no Esquecimento" (Sannio)

Renite alérgica.
Anestézica.
Placebos para dor.
Uma garrafa vazia.
Cães na volta para casa.
Um aceno.
Uma ameaça.
Uma trapaça, a quem julga me conhecer.
Um arrastar de perna.
Cabeça pesada.
Um gosto de sangue, imaginário.
Um latido.
Um zumbido.
O cão que tenta me encarar.
Desvio o olhar.
Memórias.
Desvia o olhar.
O rosto.
Um desenho.
Não lembra ninguém.
Pressão no nariz.
Não lembra ninguém.
Mentira.
Não importa mais.
Placebo.
Nuvem.
Fumaça.
Um filme ruim.
Final estranho.
Mãe.
Comida simples.
Desvio o olhar.
Histórias.
Geografia nas lembrança.
O cão adormece.
Satisfação.
Placebo.
Uma poetisa.
Mar.
Pintura.
Pressão no nariz.
Azul.
Areia.
Final estranho.

quinta-feira, 15 de março de 2012

"Depois" (Sannio)

Maquiavelismo, possessividade, cíúme.
Agressividade, individualismo, egoísmo.
Tudo isto sou eu.
Tudo isto foram elas.
Manipulismo, infidelidade, frieza.
Impaciência, impulsividade, instabilidade.
Tudo isto sou eu.
Tudo isto foram elas.
É sem propósito, este diário distorçido.
Este ponto de vista momentâneo.
De uma ótica só.
Essa queixoza denúncia, da minha incapacidade de relacionar-me.
Essa revolta tola e existencial.
Parto de mim.
Partido delas.

segunda-feira, 12 de março de 2012

"A Mulher e o Violão" (Sannio)

Que não lhe falte poesia.
E teus braços.
Todos os três.
Toquem enfim as tuas cordas.
Tua música em notas.
E tua sensibilidade em prosa, verso, fumaça, incenso.
Distante, como as estrelas do firmamento.
Brilhando infinita, nos sonhos dos anjos.

sábado, 10 de março de 2012

"Devaneismo" (Sannio)

"Partir, Andar"
(Herbert Vianna)


Partir, andar, eis que chega
É essa velha hora tão sonhada
Nas noites de velas acesas
No clarear da madrugada
Só uma estrela anunciando o fim
Sobre o mar, sobre a calçada
E nada mais te prende aqui
Dinheiro, grades ou palavras(...)"

Vou me valer, das expressões não criadas.
Não ditas ou sussuradas.
Das questões preponderantes, de um impulso.
De um instante, entre o abrir e fechar dos lábios.
Do silêncio que não é rompido.
Que é só um grito diluído, em lágrimas e mágoas desonestas.
Em medo e: "- Merda!"
Um olhar perdido e esquecido dos teus olhos.
Em um seio dilacerado, que varre os cacos a cada abraço gelado de solidão.
Enquanto os pés empoeirados, nos sapatos calçados.
Caminham em um rumo completamente desconhecido.
Alado de idéias.
Até esquecer o caminho de novo.

quarta-feira, 7 de março de 2012

"When I Come Around"(Sannio)

É esperado por alguns, que eu seja correto.
Sempre que possível.
Nem sempre é possível.
Eu não sou um exemplo a ser seguido.
Eu sou humano, só isso.
Se o momento, não é brilhante.
Pode vir a ser amanhã.
Pode ser só paranóia minha.
Pode ser tanta coisa...
Por hoje, me entrego à melancolia das memórias não vividas.
Percebo o mundo ao redor.
Saio do eu.
Retorno.
Mergulho, na lagoa suja de minha mente.
Meus olhos ardem nas áreas mais profundas.
O peito arde, com a falta de ar.
Emerjo, respiro.
Afundo de novo.
E espero a fluxetina, finalmente fazer efeito.

sábado, 3 de março de 2012

"Olhares" (Sannio)

O primeiro empurrão, de outras tantas contrações, foi um soluço.
E tudo era dor em si.
A dor crescente, e o suor nas paredes marcadas e portas decoradas de seu corpo.
As janelas entre abertas.
Circulares portais que levam ao âmago.
Olhos.
À vislumbrar o corredor por uma fresta.
Da meia luz, da porta entre aberta.
E a enfermeira escutando "Born To Be Wild", do Steppenwolf.
Do bom e velho rock n' roll.
Do papai.
Da mamãe.
"Rock n' roll, baby!"
Segundo empurrão.
"Born To Be Wild!"

sábado, 25 de fevereiro de 2012

"No luar" (Sannio)

Não vou relatar os fatos.
Nem relar os atos.
Vou lembrar do asfalto tortuoso.
Vou gozar da libidinagem.
Sentir calores, em febre induzida.
Vou desgraçar a sua vida.
E você ainda vai lembrar de mim, quando eu me for.
E por favor, não faças rimas com dor.
Não abandone o olhar sem explicação.
Nem prometas o amanhã em rosa choque.
Só meu bem, não me corte.
Não conte sempre, com o que chamas de sorte.
Não tenha certezas, das dúvidas que lhe deixo.
Morda devagar o meu queixo.
E não me ouça agora.
Não me obedeça e me ignore.
Só suplique ou chore.
Quando sentir o desejo latente.
Em teu corpo e eu ausente.
Me aproximando com passos macios.
Tomando o teu corpo e teu vinho.
Teu sossego e teu cio.
E me embriagando de você.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"O Espírito Selvagem, O Corpo à Margem e O Embasbacado Final" (Sannio)

Sentado, pareci sábio.
Cruzei a perna sobre a outra.
A língua sobre os dentes, o céu da boca.
A garganta possuída.
Das bravatas coloridas.
Com confete e serpentina.
E o não sambar.
Sambar pra quê?
Se tenho dois pés esquerdos.
Se quando sambo, tenho medo de tropeçar.
É final.
À margem.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"Tristeza" (Sannio)

Tristeza por ser um.
Tisteza pela falta de consciência alheia.
Tristeza pelas lágrimas que caem de outro rosto.
Tristeza que vem e passa.
Que tem falta de graça.
Que é mordaça, para o meu sorriso.
Que não é minha amiga.
É só tristeza.
Tristeza e só.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

"Algo Bonito" (Sannio)

Queria ter algo bonito pra mostrar.
Algo que fôsse lembrado.
Que tenha sido feito de coração.
Mas não tenho nada pra divulgar.
E talvez, eu realmente não queira.
Talvez, eu só queira ter algo bonito, pra  lembrar.
Pra deformar e recriar com minhas mãos.
Uma pintura nova, um desenho...
Uma poesia sobre um amor reluzente.
Algo bonito.
Algo que seja livre.
E meu.
Algo que seja belo.
Como o alaranjar veranista, dos longos fios de cabelo da Rafaela.
Minha sobrinha.
Algo belo, como o olhar da estudante de cinema.
À me olhar à beira do Guaíba.
E eu a ver seus olhos à brilharem.
Algo naturalmente lindo.
Como o nascer do sol, de uma noite mal dormida.
Algo sublime.
Como os bebês que descobrem a vida(novamente).
Algo bonito
Pra sonhar, pra viver, pra morrer.
Em mim.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

"Silêncio" (Sannio)

Dois olhos tristes.
Como os meus, muitos vezes o são.
Dois olhos maduros, em cima do muro da vida.
Com todo o peso de suas escolhas.
Seus erros e suas conquistas.
Dois olhos tristes, em cima de um nariz em riste.
Distantes espelhos brancos, negros, castanhos.
Que nunca vi vermelhos.
Talvez, por causa de meu anseio.
De um orgulho, auto-destrutivo, rebelde e singular.
Não fôssem singulares, todos os seus olhares.
Plurais seriam os nossos.
Tristes todos eles, enfim.
Minha mão estica, à vezes, para se encolher em seguida.
Em sua direção.
Queria não ver mais, teus olhos tristes.
Mesmo que tristes, permanecessem os meus.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

"Estranho" (Sannio)

Pouco me importa, falar dos outros.
Fofoca.
Falemos de nós dois.
Fale-me de você.
Não me pergunte nada.
Nada queira, saber de mim.
Hoje eu estou estranho.
Estou estranho.
Estranho.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Pés Molhados" (Sannio)

"I saw a man walking on the water
Coming right at me from the other side
Calling out my name: "do not be afraid!"
Feet begin to run, pouding in my brain
I don't want to go;I don't want to go."

"Walk On The Water"
(Creedence Clearwater Revival)


Independente.
É assim, que eu me intitulo.
Passado, toda a infância de mimos e manias atendidas.
Pelos meus avós, minha mãe e até por meu pai(talvez, um dos parentes mais ausentes, principalmente nesta fase "tão delicada").
E com espírito persistente e perseverante...me estraguei!
Sim, me estraguei.
Me tornei uma pessoa, por vezes cínica(quando conveniente e apenas quando extremamente coveniente).
Egoísta(egocêntrica, melhor dizendo).
Racional a ponto de ser glacial.
Emotivo a ponto de ser piégas,pedante.Vergonhoso para eu mesmo.
Personalidade forte e controversa.
Esse sou eu.
Sentado em frente ao notebook, implorando por atenção.
E cansado do mundo por hoje, ao mesmo tempo(mas controverso, sempre).
Cansado a ponto, de pensar seriamente em "encher a cara".
Depois que eu levantar, a bunda daqui.
Amanhã, eu me sinto culpado(como sempre acontece).
Independente.
É assim, que me intitulo.
Independente e teimoso!
"Oh, meu Deus, eu quero ser uma pessoa melhor!
Livrai-me da ressaca!
E da depressão alcoólica!
Amém!"

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

"Otimista" (Sannio)

Radiante.
Esfuziante, estado de espírito.
Brilho que encanta.
Erradia.
Otimista.
Tolo, talvez?!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"Par" (Sannio)

"Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos..."

"Tempo Perdido"

(Legião Urbana)

Castanhos são os olhos que me seduzem.
Me conduzem,não condizendo,com o que é de meu conhecimento.
São pares,os ares e às respirações descompensadas.
Para o meu coração vagabundo,
são várias e belas,todas às minhas amadas.
São inteligentes,criativas,caladas,sorridentes,possessivas.
São de várias maneiras,e todas fagueiras.
Ào meu olhar,que se cativa.
Íris da cor da terra.
Gêmeas esferas,que horas me enxergam.
Horas ignoram.
Emocional escolha dos meus.
Castanhos e seus.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Insônia" (Sannio)

Tanto tempo,sem senti-la.
Melhor que não voltasse.
Melhor que permanecesse,apenas em minhas lembranças.
És meu remoto mau estar.
Meu mau humor diurno.E meu noturno desespero.
Detesto tua constância.
Tua maneira torpe,de me oferecer prazer em teu descanso.
E eu?
Quando hei de descansar?
Melhor não te-la.
Não saborear,tuas inúmeras formas de planejamento.
Nossas ansiedades compartilhadas.
Nossas madrugadas solitárias,em nós mesmos.
Quase consigo amá-la.
Mas adoro,quando partes.
Recorda-me,do teu maldito nome.
Desossa,meu corpo e minha alma.
Vaca insana!
Insônia.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Inocência"(Sannio)

Você sorri para mim.E eu disfarço a timidez.
Você sorri.E eu disfarço.
Olho por cima do ombro.Olho por cima...
Cheira meu pescoço.Cheira!
Toca meu rosto.Toca!
Acena.
Adeus.
Noite.
Sono.
Sonho.
Acena.
Adeus.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Momento Raro" (Sannio)

"E a noite vem,sendo o descanso do sol
 E a ponte vem,sendo a distância de quem tá só
 Um sol,com a cabeça na lua
 A lua que gira,que gira,que girassol"

     "No Ar"
(O Teatro Mágico)

Há uma tranquilidade natural.
Um suspiro frequente e profundo.
Uma respiração emotiva.
O ar entrando e saindo dos pulmões,de acordo com o que é sentido.
E tudo isso,parece familiar.
Mas,é apenas uma ilusão sentimental.
E as horas perduram,longe do sonhos.
Distancanciando os pensamentos dos ideais.
Causando medo.
Medo que passa e trás coragem.
E sendo assim,a infância parece próxima.
A mocidade eterna.
E o suspiro frequente.
E profundo.

domingo, 8 de janeiro de 2012

"Angústia" (Sannio)

Angustiadas,são todas as almas que percebem,a magnificência da existência.
E vêem nela,algumas de suas inúmeras possibilidades.
O número de possibilidades vislumbradas.É o que difere,um indivíduo do outro.
A capacidade de adaptação,a inteligência,a agressividade,a força...
Todas estas características,são inerentes aos seres(nem todos).São importantes para a sua sobrevivência.
Mas é a visão criativa.E a maneira,como essa visão,é aplicada em vida.Que pode tornar,um indivíduo único.
É a capacidade de transcender,o que já fôra,previamente determinado.
Não é apenas,uma questão de possuir,uma personalidade fora do padrão.
Não é só isso.
É preciso,ser coerente ao pensamento.Às palavras(quando ditas).À comunicação.Inteligível,ou não.
Não são só,a arte e a beleza.A expressão e a impressão.
O que se fez,há um segundo atrás.
É o que acontecerá,no segundo seguinte também.
É a ação,correspondendo ao pensamento,ao instinto.
Harmonia e honestidade.
Encontrar em si mesmo,o outro.
O que se vê,e o que é visto.
O todo,em nós mesmos.
E nós mesmos,no todo.
Não é a ilusão da beleza.
É a beleza,por si só.
O que não se move,também é visto.
E admirado(às vezes).
É também,o tempo.
"O caminho,a verdade e a vida".
Às inúmeras possibilidades,a relatividade e o caos.
O ato instintivo,pertencente às criaturas.
A criação.
O ato criativo,é a equação lógica do princípio.
Mas tudo(e nada),dependem da visão aplicada,ou percebida.
O fim,é sempre desconhecido e angustiante,como foi no início.
Mas nada foi feito(ou percebido),ou será,em singularidade.
Somos coletivos.
Atomicamente parecidos.
E isso,angustia.

sábado, 7 de janeiro de 2012

"Bendita Ressaca" (Sannio)



"Reach out your hand if your cup be empty 
 If your cup is full may it be again 
 Let it be known there is a fountain
 That was not made by the hands of men (...)"  

 "Ripple"
(Grateful Dead)


Bendita ressaca que alivia a minha alma
Bendita bebedeira da noite passada
O mais prudente, seria fugir desse teclado
O mais prudente, seria terminar esse café frio e amargo
E ruminar queixoso das conveniências que me trouxeram até aqui
E desceram, goela abaixo
Escoando vagarosamente do ralo asqueroso de minhas chagas
Até o esgoto aberto da  minha miserável existência burguesa
Arrependido dos pecados pensados
Excomungado pela própria ressaca
No sacrilégio pagão de louvar a próxima





Estique sua mão se seu copo estiver vazio
Se seu copo estiver cheio talvez fique de novo
Deixe saber que há uma fonte
Que não foi feita pelas mãos de homens